Asplana teme fechamento de mais usinas em Alagoas por conta da crise

Asplana teme fechamento de mais usinas em Alagoas por conta da crise

Das 24 usinas decana-de-açúcar ainda em atividade em Alagoas apenas 20 estão moendo na safra 2013/2014. Por conta da crise financeira e da seca, outras empresas também podem ser desativadas temporariamente ou definitivamente, a depender de adoção ou não de políticas públicas de incentivo ao setor, especialmente ao etanol.

De acordo com  o presidente da Associação dos Produtores de Cana de Alagoas (Asplana), o futuro do setor canavieiro no Nordeste depende principalmente de iniciativas do governo federal. Lourenço Lopes fez uma avaliação da crise que atinge as usinas e das perspectivas para as indústrias, os fornecedores de cana e os trabalhadores rurais numa entrevista ao Verdade e Informação, programa da TV Mar.

A participação do líder canavieiro foi registrada no portal Gazetaweb, em texto reproduzido a seguir:

O presidente da Associação dos Produtores de Cana de Alagoas (Asplana), Lourenço Lopes, cobra do governo federal apoio para evitar o fechamento de indústrias ligadas ao setor, especialmente no estado. Lopes, que participou do programa Verdade e Informação, da TV Mar, na tarde desta segunda-feira (3), disse que, ao longo dos últimos anos, 23 indústrias encerram as atividades em Alagoas e a tendência, segundo ele, é que outras sigam o mesmo caminho, afetando a criação de emprego e renda no interior do estado.

O principal motivo, apontado pelo presidente da Asplana, é a falta de incentivos fiscais e financeiros por parte do governo federal. Para ele, não havendo a ‘mão do governo’ fica impossível para o produtor criar emprego.

“Observamos, comumente, o governo federal liberando bilhões de recursos para setores energéticos. Mas, quando vamos buscar o incentivo, é impossível retirar qualquer valor, pois a burocracia impede. O resultado disso é o fechamento das indústrias. Vinte e três já fecharam as portas. Caso não haja uma reação para reverter o atual cenário, a tendência é de mais fechamento de postos de trabalho, infelizmente”, colocou Lopes.

À oportunidade, o presidente da Asplana recordou que, até alguns anos, mais de 29 milhões de toneladas de cana eram produzidas por ano em Alagoas. Hoje, ainda segundo ele, pouco mais de 20 milhões são produzidas no estado, sendo esse montante a previsão para safra de 2013-2014.

“Diante do cenário que vivemos hoje, o Nordeste precisa de um tratamento adequado por parte das autoridades. São mais de 320 mil empregos gerados com a cana. Como suprir todo esse pessoal nas cidades? Bolsa família? Acredito que não. É preciso que o Estado volte a acreditar na produção de cana. Sem emprego, essas pessoas vão para as cidades. Em muitos casos, acabam entrando no crime”, pontuou

Responsável por 86% de toda a produção agrícola alagoana, o setor canavieiro ocupa 15º lugar do País, com 0,9% do total produzido em todo o território nacional. Quando se leva em conta somente a cultura canavieira, Alagoas aparece em sexto lugar, atrás de São Paulo, que encabeça o ranking com uma produção de 406,15 milhões de toneladas, Minas Gerais (70,52 milhões), Goiás (58,34 milhões), Paraná (47,94 milhões) e Mato Grosso do Sul (37,76 milhões).

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Edivaldo Junior

Edivaldo Junior

Edivaldo Junior é jornalista, colunista da Gazeta de Alagoas e editor do caderno Gazeta Rural

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