Inevitavelmente, as eleições municipais devem ser polarizadas em todo o país, principalmente nos grandes centros. Em Maceió, o prefeito João Henrique Caldas, o JHC (PL), pré-candidato à reeleição, decidiu colocar o ex-presidente Jair Bolsonaro em seu palanque. Na oposição, o deputado federal Rafael Brito (MDB) terá o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
JHC será candidato pelo partido de Bolsonaro, o PL. Já Rafael, disputará pelo MDB, podendo ter o vice ou a vice indicada pelo PT. O pré-candidato a prefeito do Partido dos Trabalhadores na capital, Ricardo Barbosa, vai continuar participando do debate e nada impede que mais à frente, ele seja candidato. Nesse caso, Lula teria dois nomes na disputa em Maceió, tal e qual acontecerá em vários outros municípios. A possibilidade de composição entre MDB e PT, no entanto, é muito forte.
No próximo dia 5 de abril, Bolsonaro deve desembarcar em Maceió ao lado da mulher dele, Michele, presidente do PL Mulher, para compromissos na capital. Será a primeira participação do ex-presidente na pré-campanha de JHC.
O desafio para Rafael Brito será trazer Lula em algum momento para a sua pré-campanha em Maceió. É provável que o presidente venha durante a campanha, apesar da influência do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), que é considerado por veículos da imprensa nacional de “padrinho” de JHC.
Em 2022, a vinda de Lula a Maceió foi considerada decisiva para a vitória de Paulo Dantas. E tudo indica que o presidente, pelos laços com Alagoas, tentará montar alguma agenda com Rafael no período da pré-campanha ou campanha.
A polarização não será apenas inevitável em Maceió, única capital do Nordeste onde Bolsonaro venceu nas eleições de 2022. Tudo indica que a visita do ex-presidente vai antecipar o debate nacional nas eleições municipais. JHC, a partir da visita, será definitivamente o candidato de Bolsonaro, enquanto Rafael Brito cuidará de colocar Lula com os “dois pés” no seu palanque, o quanto antes.
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