Nos bastidores, o clima está tenso. O episódio da filiação de Cristiano Matheus, de Marechal Deodoro, ao PL de JHC, com a bênção de Arthur Lira, e uma movimentação para induzir a filiação de Fátima Rezende, de Pilar, ao PP, agitam os bastidores e intensificam a disputa entre os dois principais grupos políticos de Alagoas.
A filiação de prefeitos ou de seus candidatos se tornou, nesta semana, o foco de uma nova “queda de braço” entre o senador Renan Calheiros (MDB) e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP). Lira realizou um ato de filiação na quinta-feira (07/03) em um hotel de Maceió, demonstrando grande força. Nesta sexta-feira (08/03), o MDB de Renan Calheiros realizou a convenção estadual, também com forte participação.
Ao fim e ao cabo, nem Lira nem Renan Calheiros têm muitas opções. Devem permanecer onde estão. Dos 102 prefeitos em Alagoas, o MDB tem 66 e o PP 24. Os demais estão no PL, PT, PSB ou Republicanos. E, segundo informações de bastidores, pode surgir do Republicanos um reforço para o grupo de Arthur Lira.
A pressão para que prefeitos ou seus candidatos (quando não podem disputar a reeleição) deve aumentar nos próximos dias. Até o final do prazo de filiação (5 de abril), Lira deve continuar articulando para ampliar sua base, enquanto Renan trabalha para não ter baixas em seu grupo.
Apesar da escalada da tensão, os dois “caciques” tentam lidar com habilidade em cidades onde mantêm aliados no partido do adversário. É o caso de Coruripe, onde o prefeito Marcelo Beltrão (PP) poderá contar com o apoio do MDB, ou de Pilar, onde o prefeito Renato Filho deve lançar sua candidata pelo MDB, com apoio do PP.
Tudo pode acontecer – inclusive nada. Como sempre se diz na política, é igual a nuvem: pode mudar a qualquer momento.
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