Almirante forasteiro quer trazer toneladas de ácido sulfúrico para dentro de Maceió

http://edivaldojunior.com.br/wp-content/uploads/2021/04/WhatsApp-Image-2021-04-06-at-15.02.02-1.jpegAlmirante forasteiro quer trazer toneladas de ácido sulfúrico para dentro de Maceió

Blog Reporter Maceió

Em meio às tensões e incertezas decorrentes do afundamento de solo e da pandemia de covid-19, prosperou, a partir de abril/2020, e sem maiores questionamentos locais, um projeto que, se concretizado, tem tudo para tirar o sossego das autoridades ambientais do estado, e, ao mesmo tempo, abalar a imagem institucional do porto de Maceió, pelos próximos 25 anos.

Trata-se, nada mais, nada menos, de um terminal de armazenagem de ácido sulfúrico que deverá ser instalado numa área portuária de cerca de 8 mil metros quadrados, arrematada em leilão público, a uma semana do Natal do ano passado, pela bagatela de R$ 50 mil, a título de valor de outorga efetiva. Tudo devidamente legalizado e aprovado, sob o olhar vigilante do inexperiente administrador do porto de Maceió, um almirante da reserva que, há pouco mais de um ano, desfruta de invejável remuneração e demais benesses do cargo.

O empreendimento, por sua vez, visa a redução dos custos logísticos de uma conhecida empresa francesa, que importa grandes quantidades da perigosa e temida substância para a produção de fertilizantes no interior do estado.

Na ótica do importador e virtual arrendatário, nenhum problema. À exceção de um detalhe: o porto de Maceió situa-se em área urbana junto à orla da capital e, portanto, em situação inadequada à implantação de projetos dessa natureza, diferentemente do que se verifica em sítios portuários como Suape, que possui um grande pólo petroquímico, e de Aratu, com seu complexo industrial multissetorial, distante 18 km do centro de Salvador.

Por isso, ainda é tempo de rever tal posicionamento por parte do Poder Concedente, visto que não haverá como reverter os consideráveis riscos potenciais e prejuízos ao meio ambiente, ao turismo e à saúde da população da cidade de Maceió, independentemente das cifras envolvidas no negócio, cujo contrato de arrendamento está em vias de ser assinado.

Afinal de contas, nunca foi tão aplicável o velho e sábio ditado: “prevenir é melhor que remediar”.

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EDIVALDO JUNIOR CAVALCANTI

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