Mais de 8 mil famílias foram realocadas de bairros afetados

http://edivaldojunior.com.br/wp-content/uploads/2020/12/2354518_ext_arquivo.jpgMais de 8 mil famílias foram realocadas de bairros afetados

Fonte: Tribuna Hoje

Mais de 8 mil famílias foram realocadas dos bairros do Pinheiro, Bebedouro, Mutange e Bom Parto, em Maceió, por conta da instabilidade no solo em decorrência da mineração. Somente em novembro 651 imóveis foram desocupados.

Mais 580 imóveis localizados no Pinheiro e Gruta do Padre e outros seis imóveis no Farol vão entrar para o programa de realocação da Braskem, conforme recomendação do novo mapa de risco da região que sofre com afundamento – divulgado na última sexta-feira (11) pela Defesa Civil de Maceió. Além disso, o mapa trouxe a inclusão de mais 1.417 imóveis que agora passam a integrar a zona de risco e monitoramento.

A Braskem informa que a prioridade continua sendo a segurança dos moradores que estão na área de desocupação. “E para isso vem tomando todas as medidas necessárias para realocar os moradores dos bairros afetados pelo fenômeno geológico.”

De acordo coma a empresa, os moradores atendidos no Programa de Compensação Financeira e Apoio à Realocação contam com auxílio para mudança e serviço de guarda-volumes, que o morador pode utilizar para deixar móveis e outros pertences, de forma segura, até que as negociações sejam concluídas e ele se mude para um novo imóvel definitivo. O Programa oferece ainda serviço gratuito de cuidados com os animais domésticos durante o processo de mudança.

Arnaldo Manoel, presidente da Associação dos Moradores do Mutange, diz que 100% dos moradores do local, se mudaram. Por lá, centenas de famílias tiveram que deixar suas casas e procurar abrigo em outro local mais seguro dentro de Maceió ou até em municípios vizinhos.

“O Mutange, assim como os outros bairros afetados (Pinheiro, Bom Parto e Bebedouro) estão desabitados, os moradores deixaram suas casas antes que o pior acontecesse, sentimos muito ter que deixar nossa moradia, mas foi o jeito, o risco era grande e não tinha como permanecer na área”, disse, Arnaldo.

“A Braskem se responsabilizou pela mudança e não tiramos um centavo do bolso para pagar frete. Era o mínimo que a empresa podia fazer. Me mudei para uma casa do mesmo tamanho e não precisei me desfazer de móveis e outros pertences. Hoje moro no Salvador Lyra”, contou.

Rinaldo Januário, um dos primeiros moradores a sair do Pinheiro disse que fez sua mudança por conta própria. Ele contou que teve dificuldades de encontrar transporte para fazer a mudança para outro imóvel.

“Me mudei para um imóvel menor, tive que me desfazer de alguns móveis, doei alguns e aproveitei algumas coisas”, contou. “Agora tem uma empresa fazendo as mudanças do pessoal das áreas atingidas. No meu caso, eu que providenciei tudo e arquei com toda despesa”, frisou.

Segundo Geraldo Vasconcelos, presidente da Associação de Moradores do Pinheiro, a Braskem passou a ofertar os serviços de mudança para os moradores, porém de forma limitada. “Muitos moradores, por revolta mesmo, não optaram pelos serviços de mudança de quem nos colocou em toda essa situação. Muitos fizeram por conta própria mesmo”, enfatizou.

Procura por frete diminui durante a pandemia

A procura por frete despencou durante o isolamento social em decorrência da pandemia do novo coronavírus na capital alagoana. Quem trabalha no ramo sentiu no bolso a queda no faturamento, mas a Fase Azul, que faz parte do Plano de Distanciamento Social Controlado na capital, que iniciou em agosto deste ano, faz o segmento voltar a ‘decolar’ gradativamente.

Um dos movimentos com mudanças que cessaram com o isolamento social foi o dos bairros afetados por fissuras e rachaduras pela extração de sal-gema da petroquímica Braskem. Pinheiro, Bebedouro, Bom Parto e Mutange tiveram grande parte das áreas atingidas e consequentemente imóveis inteiros condenados pela atividade.

De acordo com Marcos Vasconcelos, que trabalha com frete no bairro do Farol, antes eram de 30 a 40 mudanças feitas por mês, porém no período de restrições de isolamento social, o movimento foi a quase zero. “Sempre houve movimento, mas durante a pandemia foi pior, caiu muito, quase não tivemos clientes. As pessoas não podiam sair de casa”, destacou.

“Trabalhamos com caminhão ¾ e não alteramos o preço do frete. Os valores permanecem os mesmos e são divulgados de acordo com o orçamento que o cliente quer”, ressaltou Marcos Vasconcelos.

“Frete sempre tem para todos os tipos de mudança, às vezes demora um pouco, mas conseguimos fazer sim”, reforçou o profissional.

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EDIVALDO JUNIOR CAVALCANTI

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