MP pede que flexibilização da economia seja adiada em AL

http://edivaldojunior.com.br/wp-content/uploads/2020/06/202005051846_680862f370.jpgMP pede que flexibilização da economia seja adiada em AL

A decisão de iniciar a reabertura da economia de Alagoas no próximo dia 23 era dada como certa pelos mais próximos e influentes assessores do governador Renan Filho, até a quinta-feira passada (18).

Porém, tudo indica que o atual decreto de situação de emergência da Covid-19 será renovado, do jeito que está, até 30 de junho. Com isso, o começo da flexibilização será adiado para 1º de julho.

O que e porque mudou? Na quinta-feira, o governo fez uma reunião com representantes de 58 instituições dos setores público e privado, além de secretários de Estado.

Na teleconferência houve momentos de tensão entre ministérios públicos e setor privado.

A “pressão” dos MPs não ficou apenas na reunião. Na sexta-feira (19), os quatro ministérios públicos (do Estado, do Trabalho, Federal e de Contas), emitiram “recomendação” para que o governo não flexibilize a economia às vésperas do São João.

“Em que pese posteriormente não mais confirmada oficialmente a data – é muito próxima dos tradicionais e culturais festejos juninos, há de ser considerada a real possibilidade de favorecer a ocorrência de aglomerações, o que causa preocupação e merece ser avaliado quando da decisão a ser tomada pelo gestor”, afirmam os MPs na Recomendação.

Prós e contras

Esse argumento, da aglomeração às vésperas do São João, e da ocupação das UTIs são os principais para adiar a flexibilização por mais oito dias, segundo os MPs.

O setor produtivo contesta. “Os indicadores de contágio entraram em descenso, a taxa de letalidade de Alagoas é uma das menores do país e a taxa de ocupação dos leitos também caiu expressivamente, especialmente na rede privada”, diz nota da Associação Comercial de Maceió.

Segundo checagem do Blog do Edivaldo Júnior, fora UTIs, não existem nenhum outro indicador que sustente necessidade de adiar o início da flexibilização – pelo menos em Maceió.

Hoje, Alagoas tem menos de 50% dos leitos totais de Covid-19 ocupados, embora a ocupação ainda siga acima de 80% nas UTIs. E especificamente no caso das UTIs, não há filas no momento, segundo o governo.

Os novos casos de Covid-19 são menores a cada dia em Maceió e crescem apenas em regiões específicas do interior.

O número de óbitos ocorridos em junho até o sábado (20) é de 208, bem menor do que as 658 mortes registradas até 31 de maio. Em contrapartida, os novos casos registrados em junho (16.921) são maiores dos que os casos confirmados até 31 de maio (10.777).

Outro indicador importante: o número de curados (19.644) é quase 2,5 vezes maior que o número de casos ativos (8.054) segundo dados do boletim epidemiológico da Sesau-AL de 20 de junho.

Zoneamento

Uma alternativa – com base na ciência – para o governo é iniciar a reabertura pela capital e outras cidades alagoanas onde os novos casos de Covid-19 estão em queda, deixando de fora municípios em que a taxa de contágio é maior no momento, a exemplo de Arapiraca.

Em Maceió, os novos casos são menores a cada dia. E é com base nessas informações científicas que o governo pode começar a flexibilização de setores do comércio por setores que continuam fechados pela capital, assim como fez Pernambuco e São Paulo, por exemplo.

No que vai dar?

A tese dos ministérios públicos do Estado, do Trabalho, Federal e de Contas, deve prevalecer. A tendência, é que tudo continue como está até 30 de junho.

Mas se o governo, os infectologistas e os MPs consultarem os últimos índices de isolamento social (IIS) em Alagoas, podem chegar a conclusão que é melhor mudar de estratégia.

Na sexta-feira (19), mesmo dia em que os MPs emitiram a “recomendação”, Alagoas registrou um índice de isolamento social de apenas 35,2%, o menor desde 20 de março, quando foi editado o primeiro decreto.

O índice de isolamento social vem caindo cada vez mais no Estado, demonstrando que as atuais medidas não são mais eficientes. Ou seja, a população está “cansada” de ficar em casa.

Flexibilizar um pouco na abertura de setores, que na prática já estão funcionando em Alagoas na base do “jeitinho brasileiro”, pode diminuir a pressão do setor produtivo, trabalhadores e de parte da população que quer e precisa da reabertura.

Em contrapartida, governo, MPs e autoridades de saúde poderiam “cobrar” de empresas, trabalhadores e da população o cumprimento de regras de distanciamento social e uso de máscaras, que não estão sendo totalmente respeitadas.

 

_____

 

Redação com Blog do Edivaldo Júnior

Author Description

EDIVALDO JUNIOR CAVALCANTI

Sem Comentários ainda.

Participe do debate