O governo federal acelerou a liberação do uso de novos agrotóxicos no país e aumentou a preocupação de especialistas com os riscos que isso pode representar para a saúde e o meio ambiente. Nunca tantos agrotóxicos foram liberados num intervalo de tempo tão curto no Brasil. Em 2019, o governo já autorizou 239 novos pesticidas, sendo 42 só esta semana. Um recorde.
Com objetivo de conhecer as bases que levaram o governo adotar a liberação de tantos agrotóxicos e pesticidas em tão curto espaço de tempo, o deputado federal Marx Beltrão (PSD), coordenador da bancada alagoana no Congresso Nacional, protocolou em Brasília um Requerimento de Informações destinado à ministra da Agricultura do governo Bolsonaro, Tereza Cristina.
“Não somente eu, como ambientalistas, pesquisadores, gestores da área agrícola e ambiental, e principalmente a sociedade quer saber quais critérios o governo está adotando para a liberação do número elevado de agrotóxicos em todo o país. Precisamos saber se esta liberação é segura, se o governo tem de fato embasamento técnico e porque, aparentemente, a veiculação de informações oficiais sobre o tema parece tão restrita” afirmou Marx Beltrão.
Ao todo já são mais de 2 mil agrotóxicos licenciados para uso nas lavouras brasileiras. O último levantamento da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação mostra que o Brasil foi o país que mais gastou com agrotóxicos no mundo, à frente de Estados Unidos, China, Japão e França. Com 107 empresas aptas a registrar pesticidas, o Brasil é o sexto país no ranking mundial de importação de agrotóxicos para destinação nas lavouras.
Anualmente são usados no mundo aproximadamente 2,5 milhões de toneladas de agrotóxicos. O consumo anual de agrotóxicos no Brasil tem sido superior a 300 mil toneladas de produtos comerciais. Expresso em quantidade de ingrediente-ativo (i.a.), são consumidas anualmente cerca de 130 mil toneladas no país; representando um aumento no consumo de agrotóxicos de 700% nos últimos quarenta anos, enquanto a área agrícola aumentou 78% nesse período.
Ascom Marx Beltrão
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