Dia dos namorados: guia para não passar nervoso na data

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Por trás de todas as demonstrações de amor, o Dia dos Namorados também inclui uma porção de frustrações, estresse e gastos. Da sensação de solidão até as dúvidas sobre que presente dar, tem uma série de fatores que podem fazer da data um verdadeiro inferno. Como não é esse o ponto da comemoração, escutamos histórias de várias pessoas que já viveram um “Dia dos Namorados Frustrados” e separamos dicas para evitar os riscos e aproveitar – ou não – a data com mais tranquilidade.

Para começar esse texto vamos esclarecer o seguinte: dia dos namorados em 12 de junho é invenção brasileira, com um pé nos interesses comerciais e outro na crença do Santo Antônio, o santo casamenteiro de 13 de junho. O Dia dos Namorados “real-oficial” seria 14 de janeiro, dia de São Valentim, o bispo católico que casava os apaixonados contrariando ordens do Imperador romano Claudio II.

Há quem justifique que o Brasil não comemora o dia de São Valentim porque janeiro é muito perto do carnaval e não convém firmar relacionamentos nessa época do ano e há quem diga que é porque o comércio precisava de uma desculpa para melhorar as vendas no meio do ano. Porque eu comecei falando isso? Porque independente dos motivos, o dia dos namorados é uma data convencionada e entender isso é chave para se livrar das pressões da data e curtir mais tranquilo.

Segundo o Psicanalista e mestre em Sexologia Francisco Hertel, 31, quando damos muita importância para um modelo convencionadas, corremos o risco de não atentar para as individualidades de cada pessoa: “às vezes você tem uma boa relação, você tá feliz e contente mas, de repente a pessoa esquece uma data e isso é o problema e isso coloca em cheque todas as atitudes do dia a dia porque não era pra ser assim.”

Para celebrar o amor não é preciso ser casal!

Se é pra celebrar o amor, celebre o amor que você quiser e como você quiser.

Não tem nada pior que as pressões que o dia dos namorados impõe – tanto sobre quem não namora, sobre quem tem um relacionamento fora das regrinhas comuns e até mesmo sobre quem namora dentro das tradições.

Então, para não passar nervoso, tente escapar dessas pressões ignorando a data, fugindo das armadilhas e, caso decida celebrar, faça do seu jeito valorizando o amor: passe o dia sozinho, cuide de si mesmo, chame os amigos pro cinema, pra ver jogo, afinal, celebrar o amor próprio e o amor fraternal é muito mais válido que viver as mazelas da pressão de se enquadrar em um parâmetro de relacionamento.

Combine direito, evite os subentendidos
Tem que combinar bem combinado! Se ainda não é um relacionamento, não fique tentando interpretar ou dar sinais, tenha uma conversa franca. Não é porque a data está chegando que é preciso definir se é namoro ou casualidade, só definam como vocês gostaria de encarar a data para evitar frustrações. Até quem tá namorando tem que deixar isso bem combinado: vai querer comemorar? Em 12 de junho ou em outro dia? Vai ou não vai ter presente?

Os riscos de não combinar direito são vários.

More, carioca de 21 anos, e Romário, 25, namoram há três anos mas não tinham o costume de comemorar a data. Em um ano, Romário disse que estava afim de sair pra jantar, trocar presente e More topou. Ela saiu, comprou uma camiseta pra Romário e no dia 11 confirmou se eles iam mesmo sair dia 12, mas o namorado respondeu que acabou trabalhando tanto que desanimou de comemorar.

More decepcionada, devolveu a camisa que tinha comprado, pegou o dinheiro, chamou uma garota pra ir a um bar, encheu a cara, transou e, no dia seguinte, quando chegou de ressaca na casa de Romário, ele estava esperando ela com o presente que ela queria na mão.

Simplificando o presente

Menos é mais. E menos surpresa pode ser sinônimo de mais segurança. Se você está muito na dúvida, facilite sua vida e converse sobre o presente antes. Se for o caso, combinem de não dar nada, ou combinem um preço máximo. Deem dicas, deixem claro o que querem, o que esperam, o que podem e também o que não podem pagar. Apesar de toda a pressão comercial, o dia dos Namorados é para celebrar o amor e não para prová-lo com objetos de valores, muito menos quando comprar o presente significa gastar mais do que se pode, entrar no vermelho e fazer dívidas.

Não tem nada de errado em ser um pouco mais previsível ou simples em relação ao presente. Se quiser, você pode caprichar em outros tipos de surpresas: um café da manhã na cama, uma foto com declaração, um gesto bonito, etc.

Nada de parcelar em muitas vezes

Se ainda assim você quiser gastar um pouco mais no presente, tome cuidado com a quantidade de parcelas que você pretende fazer (ainda mais se o namoro for recente).

Algumas histórias de dia dos namorados frustrados não terminaram mal por causa da comemoração da data, mas porque o namoro acabou antes do final das parcelas do presente.

Não deixe as discussões para o dia dos namorados.
Algumas das piores histórias que eu li sobre dia dos namorados frustrados são sobre relacionamentos que terminaram ou brigaram exatamente na data. Dá para entender porque isso acontece: O relacionamento não vai bem, a data traz uma série de pressões e a necessidade de “fingir que está tudo bem” acaba levando as pessoa a situações insustentáveis que explodem justo na comemoração.

Se as coisas não estão bem, conversem antes, nem que seja só para combinar de não comemorar a data. Nenhum casal tem a obrigação de estar feliz e radiantes em 12 de junho. Está tudo bem em deixar a data passar, esperar as coisas se assentarem e resolver a crise quando for adequado.

Fuja do fervo

Se você for comemorar na quarta, 12 de junho, toma cuidado! Evite vias com muito trânsito, bairros badalados, motéis com fila. Esses fatores podem acabar transformando a noite romântica num date ruim brochante. A Rafaela, 24, por exemplo, comprou dois cupons para ir com o mozão Pedro, 26, num rodízio de hambúrguer no dia dos namorados. Os dois acabaram em uma fila de 2 horas e debaixo de chuva. Quando eles desistiram do rodízio, rodaram pela região para encontrar outro restaurante, mas todos estavam lotados, até que eles desistiram e foram comer fast food.

O Allyson, 34, por exemplo, reservou com antecedência um chalé em Petrópolis, no meio do mato. Ele e a namorada sentem falta de um clima mais frio e, sabendo disso, ele pegou o banco de horas e planejou essa pequena viagem como uma surpresa pra ela. O plano é passar a data bem afastado de qualquer agitação, dentro do chalé, tomando vinhos e comendo comidinhas caseiras. Segundo ele, o valor da estadia, do transporte e do supermercado saiu mais em conta que o tradicional combo restaurante/motel.

Cuidado com lugares desconhecidos

Muitas vezes queremos aproveitar o dia dos namorados para conhecer um lugar diferentes, mas é preciso ficar de olho bem aberto para não cair em ciladas. O Allyson faz uma boa pesquisa antes de reservar o chalé mas o próprio Francisco Hertel, já se deu mal indo em motel desconhecido no dia dos namorados. Ele, que não tem costume de comemorar a data, acabou ganhando um vale motel num sorteio e resolveu aproveitar com a companheira. Acontece que aquela foi a noite mais fria do ano e o quarto não tinha aquecimento, nem cobertor. O fim da história foi que, no dia seguinte, os dois acordaram gripados.

Convencione como for melhor para você
Não é uma data convencionada? Então use disso a seu favor!

Se a quarta-feira, 12/06 é um dia péssimo porque você tem trabalho, compromissos e, por isso, vai correr o dia todo, chegar atrasado pra reserva do restaurante e ainda precisa ficar de olho na hora porque quinta você tem de acordar cedo, mude o dia!

Combine o dia que você possa curtir sem se preocupar tanto: um dia antes ou um depois, no final de semana, na semana seguinte, crie seu próprio evento, do jeito que combina com o casal.

Hertel reitera que os casais só tem a ganhar quando param se seguir os automatismos da data e param para refletir sobre esta:

“A grande vantagem de seguir esses fatores externos é porque você pode confiar que todo mundo gosta da mesma coisa, mas isso é uma certa ilusão. Quando você deixa isso de lado, você tem que, efetivamente, descobrir como a pessoa se sente amada, o que é importante para ela, o que faz ela se sentir valorizada, se é um elogio, um presente, se é presença, o mimo, se é chegar e encontrar a casa limpa, ou estar lá no momento da dificuldade. Cada pessoa tem coisas diferentes que valorizam.”

E você qual sua estratégia para comemorar o dia dos namorados de um jeito único e sem estresse?

Papo de Homem

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Redação

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