Adeal tenta conter abate clandestino

http://edivaldojunior.com.br/wp-content/uploads/2019/06/41827_ext_arquivo.jpegAdeal tenta conter abate clandestino

A interdição de matadouros públicos em Alagoas teve início há mais de uma década. Até o final de 2008, 8 dos 73 estabelecimentos de abate foram fechados. Hoje resta menos da metade. O efeito colateral foi o aumento do abate clandestino.

O novo cenário afeta a cadeia produtiva da carne e ameaça a saúde da população. Nos últimos anos, apenas um novo frigorífico surgiu em Alagoas: Frigovale em Arapiraca. O abate clandestino segue intenso na região nos últimos meses, de acordo com os relatos que a Adeal recebe. Através da atuação da agência, a situação deve mudar.

Em Arapiraca, o abate ilegal era publicamente conhecido e apresentava endereço e horário de funcionamento.

O jornalista Edivaldo Junior, publicou em seu blog sobre a operação conjunta entre a Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (Adeal), Instituto do Meio Ambiente (IMA) e o Batalhão de Polícia Ambiental (BPA), que fechou dois estabelecimentos de abate clandestino.

O resultado da ação da Adeal em Arapiraca foi o aumento do abate legal, com certificado de inspeção e que não coloca a saúde da população em risco, como acontece no cenário ilegal. O Frigovale é o único matadouro que tem certificado de inspeção na região agreste.

“Na verdade estamos recuperando parte do abate que foi perdido em função do aumento da clandestinidade. Se comparado com o movimento normal, em maio a empresa está operando abaixo de 50% da sua média e após a fiscalização o abate voltou a crescer”, explica o diretor executivo do Frigorífico, Jaelson Gomes.

Após a fiscalização, como maneira de incentivar o abate legalizado, a empresa informou que está reduzindo em R$ 20,00 a taxa de abate. “Reduzimos o valor do abate atendendo não só um apelo da Adeal, mas também da prefeitura do município, da Câmara de Vereadores e dos marchantes. Com isso, esperamos dar nossa contribuição para reduzir o abate ilegal”, aponta Gomes.

O presidente da Adeal reforça que as operações contra o abate clandestino serão permanentes. “Esperamos que os marchantes evitem o abate ilegal, sob risco de perdas econômicas e até penais”, alerta Carlos Neto.

“No caso de Arapiraca conseguimos a reduzir a taxa do Frigovale. Em outras regiões, vamos procurar outras maneiras de incentivar o abate legalizado. Mas independente disso vamos continuar fazendo operações e quem for pego cometendo essas irregularidades será punido”, aponta o presidente da Adeal.

Carlos Neto acompanha a equipe de fiscalização da Adeal e promete intensificar combate ao abate clandestino

Gargalo

Um dos maiores gargalos da cadeia produtiva da carne em Alagoas é o abate ilegal. O Estado conta com apenas três frigoríficos com o Serviço de Inspeção Estadual (SIE), o que pode elevar os riscos de consumo de carne clandestina, sem os tratos sanitários exigidos pela legislação.

Para assegurar a qualidade, a Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (Adeal) promete fechar o cerco nos pontos que realizam o abate clandestino.

Só em Arapiraca, foram fechados dois locais que realizavam o abate clandestino. “Recebemos uma denúncia anônima. Estive pessoalmente na ação e constatamos a ilegalidade, encaminhamos os responsáveis para a delegacia e a carne, que estava imprópria para consumo humano, foi incinerada”, explica Carlos Neto.

O presidente da Adeal explica que o Estado está lidando com o problema de frente, “cercando por todos os lados”. principalmente para evitar que doenças, vindas da carne ilegal, possam chegar ao consumidor alagoano. “Ele deve ser combatido. E também devemos incentivar o produtor que carregue o seu animal para um local que seja devidamente inspecionado, para que se possa fazer um abate de qualidade, sem prejudicar a qualidade do produto e sem colocar em jogo a saúde da população”, atenta.

Versão oficial
Adeal retira de circulação duas toneladas de carne imprópria para consumo em Arapiraca

Dois pontos do município foram visitados, após a Adeal receber denúncias anônimas de que animais estavam sendo abatidos. No primeiro, um sítio localizado na Zona Rural, os fiscais agropecuários encontraram quatro bois mortos prontos para o abate clandestino. Outros quatro bois vivos estavam dentro de um caminhão, que era utilizado para o transporte dos animais.

Já em outro local, também na Zona Rural de Arapiraca, uma pessoa foi autuada após os fiscais encontrarem três animais já abatidos de forma clandestina. Toda a carne imprópria para consumo humano foi recolhida e destinada para incineração.

As infrações da Adeal são referentes ao decreto federal n 9.013 de 2017 e a lei estadual 6.608 de 2005. Os responsáveis pela prática do abate clandestino, no momento da operação, foram encaminhadas a Delegacia do município. Lá, foram realizados os procedimentos cabíveis.

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