Alagoana Rízia, do BBB19, expõe seu processo de aceitação do corpo e cita lição do reality

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“Meu corpo é realmente um instrumento porque por eu não esconder ele, as pessoas entendem que não é um defeito”. É com tamanha consciência e clareza que Rízia expõe seu entendimento sobre a relação com o corpo e o que isso representa hoje. Entretanto, ela recorda que nem sempre foi assim.

Com 25 anos, a décima segunda eliminada do BBB19 relata que seu processo de autoaceitação foi “doloroso” e incluiu muitas tentativas equivocadas de se encaixar em um “padrão” de beleza socialmente imposto. Mas, que através de exemplos de outras mulheres, ela passou a se admirar, amar e ser quem é.

“Via muita mulher magra, do cabelo liso, pele sem espinha e eu tentava ser aquilo. Parava de comer, passava fome, alisava cabelo com produtos fortes… Tudo para ser alguém que eu não era. Agora entendo que se quer mudar, mude por você. Porque mudar para as pessoas, só te machuca. Não é quem você realmente é”, conta.

Segura de que encontrou em si a “Rizião”- como ela gosta de se referir a si mesma – que sempre quis ser, a ex-sister dá um show de autoestima neste ensaio exclusivo da #RedeBBB e pontua a importância do reality em sua trajetória de autoconhecimento.

A Rízia na infância

Ela era arteira, com jeito moleque e tinha medo das câmeras. Nascida no interior de Alagoas, em São Miguel dos Campos, cidade de 55 mil habitantes, Rízia gostava de jogar com os meninos na rua em que morava, subir em árvore, pular o muro ou qualquer outra brincadeira que envolvesse sujar o uniforme do colégio. No entanto, toda essa inquietude não a fazia uma menina extrovertida.

A ex-sister relembra que era tímida e tinha pavor de quando sua mãe, Raimunda, a levava junto com a irmã, Raíssa, para serem fotografadas na praça da cidade. “Só perdi esse medo na igreja, meu pai me chamava para falar, para cantar. Depois, passei a tocar clarinete na banda e tinha que me apresentar, fazer solo… Fui me soltando e me descobrindo nessa da comunicação”, comenta.

E aí, não parou mais. Com sete anos, Rízia revela que já chamava todas as crianças da vizinhança para assistir às suas apresentações no quintal de casa. Ela era a apresentadora do seu próprio programa de auditório.

“Gostava muito de fazer isso. Me inspirava nos programas infantis, mas também nos de domingo, com plateia, e no Faustão principalmente. Sempre levava na brincadeira e ainda fazia lanchinho para as crianças que iam me assistir. Nunca imaginei que ia dar nisso, que fosse me formar em Jornalismo, participar de um reality… Não pensei que a finalidade fosse essa. Finalidade não, é um começo”, declara a jornalista, que no confinamento falou várias vezes de sua admiração pelo apresentador do Domingão.

Com seu jeito engraçado, espontâneo e autêntico, foi nos corredores da faculdade em que estudava, em Maceió, que enxergaram em Rízia a imagem que nem ela acreditava ter: a ideal para a propaganda da instituição. Foi seu primeiro trabalho como modelo.

“Me surpreendi quando me chamaram, achava que seria uma coisa besta. Quando eu vi, minha foto estava estampada no ônibus que ia para a faculdade. Me ligaram contando que eu estava em outdoors na cidade toda, no shopping. E eu fiz de graça, troquei por uma entrada no cinema e um lanche”, entrega aos risos.

Ali, pode ter sido só o start para a “Rizião” que estava por vir.

A ‘Rizião’

Ela é empoderada, dona de uma beleza singular, segura, atrapalhada e divertida. A Rízia cresceu através do olhar dos outros para se tornar a “Rizião” – como ela se orgulha de se chamar. Ao relembrar seu caminho para a aceitação do corpo, a ex-sister não esconde o quão duro foi conviver com as inseguranças.

“Quando comecei a estudar na capital, comecei a ficar mais livre, a não viver debaixo de tantas ordens, usar isso, vestir isso. Me dava vontade de usar roupas e estilos diferentes e comecei a me arriscar. Via uma pessoa magra usando uma calça tal com top, pensava ‘vou usar também’. Só que na rua era diferente, tinha gente que parava o trânsito, buzinava e fazia piada. Mas isso só me fortalecia”.

“A questão é essa: você pegar o comentário negativo, que não serve para nada, e reverter em força para você! Então, fui experimentando mais, testando mais coisas e entendendo que eu sou isso aqui, a Rízia é isso aqui. Não vou maltratar o meu corpo para me encaixar numa coisa que querem. Para ser aceita em certos grupos sociais, não!”, explica.

Forte e mais madura com tudo o que já enfrentou, Rízia expõe que foi “muito doloroso” esse processo de aceitação, mas o retorno positivo que passou a ter por se mostrar quem gostaria de ser, e é, foi combustível.

“Ficou gostoso depois que comecei a ter um feedback da galera. Era pouca gente, mas era legal. Trocava ideia em relação a tamanho de roupas, onde eu comprava peças com numeração 46, 48, vestido coladinho, top, saia curta… Não é por ser grande que você vai vestir uma toalha de mesa. Vai andar no seu estilo, do jeito que você gosta de ser, roupa marcando o corpo, roupa colada, sim! Porque isso não é problema nenhum”, enfatiza.

No entanto, ela revela que esse movimento de autoconhecimento mexeu até mesmo com sua relação familiar, principalmente com seu pai, Roque.

“Ele esperava que eu fosse uma Rízia mais recatada, do lar, essas coisas. E eu não sou, sou totalmente ao contrário. Sou a Rízia que bagunça, que chora quando quer chorar, que fala quando quer falar. Que tem lutas e causas para falar. E que quando puder falar, não vou só falar, vou gritá-las!”.

E nesse relacionamento, a participação no Big Brother Brasil serviu até como um meio de aproximar pai e filha outra vez. “Eu ouvi da boca do meu pai que eu sou o orgulho dele. Fazia muito tempo que não escutava isso, e isso valeu demais para mim”, conta emocionada.

A Rízia pós-BBB

Tomada por uma euforia, com misto de alívio e extrema alegria, Rízia está a mil após deixar o BBB19 na reta final. A quarta colocada da edição avalia sua experiência com três palavras: loucura, amor e resistência.

Ela que se inscreveu com o intuito de deixar de “ser invisível”, como citou antes de entrar no confinamento, diz que “só queria passar a ser vista e entender que era importante, que tinha finalidade na terra, uma missão”. E agora, ela está certa e pronta para cumpri-la.

“O BBB foi uma grande experiência. Nunca mais na vida vou fazer ou suportar coisa que eu suportei lá dentro. Mas foi o momento em que renasci, amadureci para várias coisas. O momento em que aprendi caindo e errando também.”

“Vou levar para vida o que o Tiago (Leifert, apresentador) falou. Que eu sou uma pessoa forte, que inspiro outras pessoas. Foi muito importante. Seguir em frente e ajudar outras pessoas através do que eu vivi e sou”, resume.

Se, como jogadora, Rízia recebeu algumas críticas ao seu comportamento, ela responde que não deixou de ser quem é. E o que faria diferente seria talvez falar mais e melhorar suas justificativas. “Aqui fora eu sinto medo, eu erro. E lá aconteceu a mesma coisa, lá dentro fui um ser humano e não uma peça de jogo. Ali era a Rízia, a “Rizião”, que erra e sente medo também. Não tenho problema nenhum em admitir isso. Me custou R$ 1,5 milhão? Custou. Mas existem coisas mais importantes”.

“Esperavam que eu fosse ser uma pessoa agressiva, que fosse por o dedo na cara, mas eu não sou isso. Converso com quem quiser me ouvir, falo das minhas vivências, sobre minhas lutas e causas. Se não quiser, continue vivendo sua vida lá, de boa, e eu aqui”, afirma.

Com a consciência tranquila de que o melhor da vida estar por vir, Rízia cita o encontro que teve com o grupo da Gaiola (Hana, Gabriela, Rodrigo, Alan, Elana e Danrley) como um grande prêmio e lição do programa.

“Aprendi (com eles) que viver é bom, é uma delícia. A vida é sim cheia de dificuldades, mas as coisas boas também vêm, principalmente para quem é do bem. Mas não em forma de coisas caras, vêm em forma de abraço, de beijo, um muito obrigado, um ‘passei pela mesma coisa que você, obrigado por falar aquilo em voz alta, em rede nacional’”.

Pronta para abraçar as oportunidades que surgirem, a jornalista agora pretende trabalhar muito, seja na área da comunicação ou como modelo, para poder viajar, aprender outros idiomas e poder retribuir todo o esforço que os pais fizeram para educar ela e a irmã.

“Tenho muito orgulho de quem sou. E quem não gosta, só mando dois beijos nos olhos mesmo. Se quiser abraço, eu ainda dou. Só tenho amor para transmitir”, anuncia, ao se despedir.

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