Cerca de 500 militares Alagoanos estão em tratamento contra depressão

http://edivaldojunior.com.br/wp-content/uploads/2019/02/dsc_1060.jpgCerca de 500 militares Alagoanos estão em tratamento contra depressão

O Conselho Estadual de Segurança Pública (Conseg) vai apurar as causas que fazem aumentar o número de policiais militares com sintomas de depressão. Segundo levantamento de entidades militares: três policiais femininas cometeram suicídio, outra tentou na semana passada. De acordo com a Associação dos Cabos e Soldados, pelo menos 500 policiais então em tratamento.

O presidente do Conseg, advogado Antônio Carlos Gouveia, revelou que o problema da depressão é preocupante e vai ser discutido esta semana com os conselheiros.

Ele quer estimular a Secretaria de Segurança Pública a fazer um levantamento psicossocial nas polícias Civil, Militar, com agentes penitenciários, na Perícia Oficial e com servidores do Detran, para identificar a dimensão do número oficial de casos que comprometem a saúde mental e as possíveis causas.

“Identificamos que o problema existe. Mas, desconhecemos a dimensão”, admitiu o presidente.

O que levou o advogado Antônio Carlos Gouveia a reconhecer a “gravidade” da situação foram os depoimentos de dois oficiais (coronéis) que, em reunião no Conselho, pediram segurança pessoal.

“Eles foram ameaçados. Por conta da natureza dos serviços, a gente percebeu que os oficiais estavam emocionalmente muito abalados. Ambos choravam muito durante os depoimentos. Em conversa com outros policiais, identificamos que esses militares não são os únicos com supostos sintomas da depressão”, disse o presidente do conselho. “Precisamos identificar as causas e buscar solução”.

Militares

Entre os mais de 7 mil policiais militares de Alagoas, pelo menos 500 estão em tratamento contra a depressão. Três cometeram suicídio: duas policiais de Arapiraca e outra, na semana passada, em Maceió. No início da semana, outra militar tentou tirar própria vida.

A depressão afeta também alguns agentes penitenciários, da Polícia Civil, peritos criminais e servidores do Detran, conforme admitem os presidentes de sindicatos e associações das categorias.

O maior volume em tratamento é de cabos e soldados, revelou o presidente da Associação de Cabos e Soldados, sargento Wellington Pereira da Silva, ao acrescentar que “tem muitos praças em tratamento ou trabalhando com sintomas de depressão”.

A origem da maioria dos casos, segundo o sargento Wellington, pode estar ligada às condições de trabalho, pressão disciplinar policial, exigências de metas e o baixo efetivo das corporações.

“Os nossos colegas de outras categorias também estão com supercarga de trabalho, muitos não recebem horas extras, gratificações e no caso particular da PM não se paga o acordo de aumento de 12% nos soldos e outras vantagens definidas, inclusive, pelo governador Renan Filho”.

Os presidentes dos sindicatos cobram concurso para Polícia Civil, Perícia Oficial, Detran e para aumentar o quadro dos agentes penitenciários. A Polícia Civil tem um efetivo de 1.600 agentes e cerca de 600 estão em processo de aposentadoria. O governo do estado prometeu concurso para contratar apenas 300.

O presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas, Ricardo Nazário da Silva, disse que a Polícia Civil precisa contratar 1.500 agentes para reduzir a pressão e melhorar o atendimento da Polícia Judiciária, que tem metas a cumprir sem condições de trabalho.

Segundo ele, a maioria de 140 delegacias tem graves problemas nas estruturas físicas. Os prédios novos do Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp) estão até com os tetos caindo, afirmou o sindicalista.

Os PMs ameaçam realizar operação padrão no carnaval para pressionar o governo estadual a cumprir o reajuste acordado de 12% e melhorar as condições de trabalho, com o cumprimento da jornada de 40 horas semanais.

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