No início da tarde desta sexta-feira (25), uma barragem rompeu-se na cidade de Brumadinho, próxima a Belo Horizonte. As informações preliminares foram dadas pela Defesa Civil. O Corpo de Bombeiros informou que enviou três aeronaves para sobrevoar a área.
A Vale do Rio Doce, empresa responsável pela barragem, divulgou notas. “As primeiras informações indicam que os rejeitos atingiram a área administrativa da companhia e parte da comunidade da Vila Ferteco. Ainda não há confirmação se há feridos no local. A Vale acionou o Corpo de Bombeiros e ativou o seu Plano de Atendimento a Emergências para Barragens”, informou a empresa.
Segundo a empresa, a prioridade é “preservar e proteger a vida de empregados e de integrantes da comunidade”.
Mais tarde, a empresa admitiu a possibilidade de vítimas no episódio. “Havia empregados na área administrativa, que foi atingida pelos rejeitos, indicando a possibilidade, ainda não confirmada, de vítimas”. Até o momento, nenhum órgão público confirmou mortes no local.
O comunicado não explica a causa do rompimento.
A prefeitura lançou um comunicado em sua conta no Instragram pedindo que os moradores fiquem longe do leito do Rio Paraopeba. Em Brumadinho, está situado o Instituto Inhotim, sede de um grande acervo de arte contemporânea do Brasil e considerado o maior centro de arte ao ar livre da América Latina. Por precaução e segurança, os visitantes estão sendo evacuados.
O governo de Minas Gerais divulgou nota que um gabinete estratégico de crise foi formado para acompanhar as ações.
Tragédia Anunciada
O Movimento dos Atingidos por Barragens prestou solidariedade aos atingidos pelo acidente. “Há apenas três anos do rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana, mais um crime contra a vida é fruto desse modelo que apenas provoca tragédias anunciadas”.
Por meio de comunicado, o movimento diz ter denunciado o atual modelo de mineração utilizado no país, citando “empresas privatizadas e multinacionais que visam ao lucro a qualquer custo”. “Mais uma vez, o lucro está acima de vidas humanas e do meio ambiente”, destacou a nota.
De acordo com o movimento, a barragem tem capacidade de 1 milhão de metros cúbicos de rejeitos que, caso cheguem até o Rio Paraopeba, devem deixar um rastro de destruição, colocando em risco o abastecimento de milhares de famílias em mais de 48 municípios da Bacia do Paraopeba.
“Desde o ano de 2015, inúmeras denúncias vêm sendo feitas pelo risco de rompimento de barragens do complexo e, ainda assim, a Mina Córrego do Feijão teve sua ampliação aprovada pelo Conselho Estadual de Política Ambiental em dezembro do ano passado, 2018”, ressaltou o movimento.
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Tribuna Hoje