Alagoas é o estado onde mais morrem pessoas da população LGBT+

http://edivaldojunior.com.br/wp-content/uploads/2019/01/mapa-morte-de-pessoas-lbti-segundo-o-ggb-1.jpgAlagoas é o estado onde mais morrem pessoas da população LGBT+

Alagoas é o estado onde mais morrem pessoas da população LGBT+ (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais) do país, com índice de 6,02 mortes – assassinatos e suicídios – para cada milhão de habitantes. A média nacional é de 2,01. Os dados foram divulgados pelo Grupo Gay da Bahia (GGB) que realiza esse tipo de levantamento desde 1980.

Em números absolutos, São Paulo lidera o ranking com 58 vítimas; seguido de Minas Gerais, com 36. Alagoas está ao lado do Bahia com 35, à frente do Rio de Janeiro, com 32 mortes.

Das 35 mortes registradas em Alagoas, 20 foram vítimas de homicídios e 15 suicídios.

“Percebe-se a variação imprevisível e inexplicável destes picos de mortalidade, já que Alagoas e Rio de Janeiro não constavam no ano anterior na lista dos 5 estados onde mais LGBT foram mortos. Infelizmente não há lei sociológica que permita esclarecer nem prever tais oscilações. No outro extremo, os estados menos violentos foram Amapá com 1 morte, Acre e Roraima com 2 cada”, diz o relatório do GGB. “Maceió, igualmente, lidera a LGBTfobia dentre as capitais”, completa.

GGAL

Para Nildo Correia, presidente do Grupo Gay de Alagoas (GGAL), a situação de Alagoas é preocupante porque o estado não consegue sair do topo do ranking de mais violento contra LGBT.

“Mesmo havendo uma diminuição dos números de crimes no país, Alagoas não consegue sair da margem dos Estados mais violentos do país, e isso é preocupante”, comenta.

Para Nildo Correia, o motivo está na falta de ações efetivas que combatam a violência contra homossexuais.

“Ausência de políticas públicas de prevenção à violência e a certeza da impunidade”, diz o presidente do GGAL.

Questionado se vê avanços nas ações do poder público alagoano no combate a esses crimes, Nildo Correia é categórico: “Nenhum, muito pão e circo”.

BRASIL

Em nível nacional, houve redução de 6% – de 445 para 420 – no número de mortes de pessoas LGBT em 2018, na comparação com 2017.

“A cada 20 horas um LGBT é barbaramente assassinado ou se suicida vítima da LGBTfobia, o que confirma o Brasil como campeão mundial de crimes contra as minorias sexuais. Segundo agências internacionais de direitos humanos, matam-se muitíssimo mais homossexuais e transexuais no Brasil do que nos 13 países do Oriente e África onde há pena de morte contra os LGBT”, aponta o relatório. “Durante os governos de FHC [PSDB] mataram-se em média 127 LGBT por ano; na presidência de Lula 163 e no governo Dilma 296 [ambos do PT], sendo que nos dois anos e 4 meses de Temer [MDB], foram documentadas em média 407 mortes por ano. Enquanto nos Estados Unidos, com 330 milhões, mataram-se no ano passado 28 transexuais, no Brasil, com 208 milhões de habitantes, registraram-se 164 mortes: o risco de uma trans brasileira ser assassinada é 9 vezes maior do que as americanas”, completa.

Contudo, o GGB ressalta que os números podem ser maiores porque faltam dados estatísticos mais precisos no país, já que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) não inclui o segmento LGBT no Censo que realiza a cada 10 anos. Daí, a probabilidade de os percentuais da relação mortes por habitantes estar aquém da realidade.

“Estima-se, com base em indicadores diversos da Academia e Governamentais, que exista no Brasil por volta de 20 milhões de gays (10% da população), 12 milhões de lésbicas (6%) e 1 milhão de trans (0,5%). “Quem discordar, que comprove o contrário”, costumam responder as lideranças LGBT”, diz o relatório.
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Tribuna Hoje

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