Trabalhadoras rurais conhecerão a unidade de atendimento móvel da Secretaria de Estado da Mulher e dos Direitos Humanos (Semudh), que oferece atendimento psicológico, social e jurídico de forma gratuita para mulheres vítimas de violência. A unidade móvel estará na Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura no Estado de Alagoas (Fetag), nesta sexta-feira (23), a partir das 9h, durante o lançamento da Marcha das Margaridas 2019.
Segundo a superintendente de Políticas para a Mulher da Semudh, Dilma Pinheiro, a conquista de dois ônibus de atendimento móvel foi fruto da reivindicação nacional da Marcha das Margaridas de 2016, em reunião com a ex-presidente Dilma Rousseff. “Foi solicitada a implantação de unidades móveis que promovessem acessibilidade às orientações sobre a questão do enfrentamento à violência doméstica. Também foi pedido uma equipe multidisciplinar que pudesse fazer o atendimento itinerante nos locais mais distantes dos grandes centros urbanos. O Governo Federal investiu na tecnologia e pactuou com os estados, incluindo o Governo de Alagoas”, disse a superintendente.
De forma gratuita, o atendimento visa garantir a saúde psicológica e o acompanhamento jurídico da mulher em situação de vulnerabilidade. No movimento, são esperadas mais de 200 mulheres trabalhadoras rurais que pleiteiam o enfrentamento à violência doméstica e familiar, a organização produtiva, o acesso a terra, a economia solidária e feminina, assistência técnica e a segurança e soberania alimentar.
“A participação da Semudh é importante para motivar essas mulheres a fortalecer e continuar esse movimento, para que no próximo ano ocorra a marcha nacional, em Brasília, e elas possam se organizar e solicitar a implementação e ampliação de políticas públicas para as mulheres do campo”, concluiu Dilma Pinheiro.
Marcha das Margaridas
A Marcha das Margaridas é uma manifestação criada no ano 2000 em homenagem a Margarida Maria Alves, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba. Por mais de dez anos à frente do sindicato, Margarida lutou pelo fim da violência no campo e por direitos trabalhistas como respeito aos horários de trabalho, carteira assinada, 13º salário e férias remuneradas. Ela foi assassinada em 12 de agosto de 1983, a mando de latifundiários da região.
Na última edição nacional da marcha, mais de 100 mil mulheres ocuparam a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, para reivindicar o desenvolvimento sustentável com democracia, justiça social, autonomia, igualdade e liberdade. Em 2019, o evento está marcado para 13 e 14 de agosto. A marcha é considerada a maior mobilização de mulheres da América Latina e ocorre de dois em dois anos em todos os estados.
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