Com investimentos de R$ 8 milhões, AL ganha fábrica de reciclagem animal

http://edivaldojunior.com.br/wp-content/uploads/2018/06/campo-do-gado-arapiraca.jpgCom investimentos de R$ 8 milhões, AL ganha fábrica de reciclagem animal

Dizem que do boi nada se perde, a não ser o berro. Apesar disso, parte do subproduto do abate bovino em Alagoas ainda é desperdiçado. Pior. Em casos como o sangue, ainda existe o risco de contaminação do meio ambiente.

Uma conta rápida feita outra dia por Roberto Amaral, que ocupava até o início de junho a Secretaria de Agricultura de Arapiraca, mostra que somente o Frigovale, frigorífico instalado no município, abate cerca de 3,5 mil a 4 mil bois por mês. “Somente este abate gera 76 mil litros/mês de sangue, um subproduto que se for para o meio ambiente pode gerar diversos níveis de contaminação”, avalia.

No caso do Frigovale, o sangue e outros subprodutos do abate eram descartados em lagoas de decantação, de acordo com as normas ambientais. Desde o mês passado, no entanto, a indústria está dando uma destinação mais adequada a todo o material, que passou a ser aproveitado numa nova indústria, pioneira na região

“Essa fábrica representa um grande avanço para nossa região, na medida que vai gerar mais empregos, movimentar a economia e reduzir riscos de contaminação do meio ambiente”, aponta Roberto Amaral.

A nova fábrica, citada por Amaral, é a indústria de reciclagem animal inaugurada na parceria entre a FrigoVale Alagoas e a empresa Campo do Gado, em Arapiraca. Com investimentos de R$ 8 milhões, a empresa promete ganhos econômicos e ambientais para a região, além de gerar 150 postos de trabalho diretos e indiretos.

A chamada “graxaria” utiliza subprodutos do abate de animais, como sangue, ossos e vísceras para produzir farinha de osso, farinha de sangue, utilizadas na fabricação de ração animal e sebo bovino, utilizado na fabricação de sabão e biodiesel.

A nova indústria é a primeira do estado e vai atender também frigoríficos e matadouros de Sergipe e Pernambuco. Mesmo funcionando em fase experimental, a indústria de reciclagem animal, já definiu parceria para processar, além do Frigovale, os subprodutos de um frigorífico de Sergipe, o Nutrial.

“Essa reaproveitamento de subprodutos se tornava inviável pelo volume de matéria-prima ser insuficiente. Agora com a demanda regional, recebendo material de outros frigoríficos, restaurantes, supermercados, e de empresas de outros estados é possível realizar a reciclagem animal aqui em Alagoas”, explica o diretor Executivo da FrigoVale, Jaelson Gomes.

O novo empreendimento só foi viabilizado, segundo o Jaelson, pela iniciativa do presidente do grupo Campo do Gado, Gustavo Machado. “Ele já domina esse mercado e tem forte atuação na Bahia e está trazendo junto com o Frigovale uma solução que traz importantes ganhos ambientais e econômicos para Alagoas”, explica.

Ambiental

Além de devolver para a natureza os subprodutos transformados, a nova indústria possui um sistema que permite a filtragem de fumaça, produzida pelo processamento industrial, que sai na atmosfera. Através do “lavador de gases”, a fumaça fica limpa, sem partículas sólidas. “Nós investimos pesado nesta fábrica, principalmente quando se trata da questão ambiental. Aqui foi instalado um lavador de gases e um filtro biológico para que todo o processo transcorra de acordo com a legislação”, afirma Jaelson.

Os investimentos na fábrica de reciclagem animal chegaram a R$ 8 milhões. A proposta da FrigoVale e da Campo do Gado é trazer mais qualidade de vida, aliado ao desenvolvimento econômico. “Contamos com a parceria da comunidade que vive ao lado da empresa que não pode ser evitada. Faremos todos os investimentos que foram precisos para evitar qualquer tipo de transtorno”, destaca o diretor do frigorífico.

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Edivaldo Junior

Edivaldo Junior

Edivaldo Junior é jornalista, colunista da Gazeta de Alagoas e editor do caderno Gazeta Rural

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