“Reajuste para militares seria de mais de 33% com ganho real de 10%”, diz Santoro

http://edivaldojunior.com.br/wp-content/uploads/2018/04/george-santoro2.jpg“Reajuste para militares seria de mais de 33% com ganho real de 10%”, diz Santoro

O secretário da Fazenda de Alagoas está de “queixo caído” – literalmente. George Santoro simplesmente não acredita que os servidores da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros de Alagoas tenham rejeitado a proposta do governo.

“Fomos ao limite do limite, porque o governador Renan Filho está preocupado com a segurança da população. Não dá para ir além, senão o Estado quebra”, pondera.

A proposta apresentada às lideranças dos militares (dirigentes de associações da PM e CBM), explica, George Santoro, é muito melhor do que a versão que vem sendo dada nos últimos dias em diferentes veículos de imprensa.

“O reajuste poderia chegar, no período proposto, a mais de 33%, considerando reposiçaõ de inflação e um ganho real de 10%. Quem imaginaria isso, na atual situação do pa´si? ”, questiona.

O impacto financeiro, somente do aumento para chegaria a R$ 490 milhões por ano. Hoje o estado paga só de folha de pessoal para militares da ativa e da reserva, segundo estimativa da Secretaria da Fazenda, cerca de R$ 1,3 bilhão por ano.

Embora representem menos de 20% de todos os servidores do estado, os militares tem salário acima da média no funcionalismo estadual. “Os gastos com servidores militares representam hoje cerca de 35% de todo o gasto de pessoal do Estado de Alagoas”, explica o secretário da Fazenda.

Para entender melhor, Santoro desdobra os números: “os militares teriam, pela proposta do governo, 10% de ganho real, parcelados nos próximos quatro anos. Note bem, ganho real. Afora isso, eles teriam toda a reposição de inflação que o servidor do estado também terá no período. Este ano, o reajuste do IPCA deve chegar a 2,95%. Para os próximos quatro anos, a inflação projetada é de cerca de 5% ao ano. Assim, os militares teriam, neste período, além dos 10%, um percentual de correção de 23% ou mais, dependendo da inflação. Somando tudo, passariam dso 33%”, aponta.

George Santoro diz que estranhou a mudança de comportamento dos representantes dos militares. “Na mesma de negociação todos se comprometeram a defender a aprovação da proposta que apresentamos. Não foi o que vimos. Como ex-militar, estranhei muito essa mudança de atitude. Em 2015, por exemplo, os representantes dos militares defenderam o que foi pactuado na mesa de negociação durante a assembleia da categoria”, pondera.

Comparação

Para reforçar suas reivindicações, os representantes dos militares defendem reajuste de 29%, mesmo percentual que teria sido dado a delegados de polícia. George Santoro acredita que é uma erro fazer a comparação. “Primeiro, porque o efetivo de delegados é muito pequeno. São cerca de 300 apenas em todo estado. Segundo, porque existe o teto constitucional. Só para ter uma ideia, o impacto anual do aumento da categoria não chega a R$ 3 milhões, enquanto a proposta que o governo apresentou para os militares teria um impacto de quase meio bilhão de reais”, aponta o secretário.

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Edivaldo Junior

Edivaldo Junior

Edivaldo Junior é jornalista, colunista da Gazeta de Alagoas e editor do caderno Gazeta Rural

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