BNDES avalia crédito para internet no campo

http://edivaldojunior.com.br/wp-content/uploads/2018/04/internet.jpgBNDES avalia crédito para internet no campo

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) definirá até o final de abril se investirá em um projeto piloto para a liberação de crédito para fomentar o uso de internet das coisas (ou IoT, na sigla em inglês) no campo.

A proposta – que será enviada para análise da diretoria do banco – prevê a liberação de crédito não-reembolsável para projetos-piloto de implantação de internet das coisas no campo. Os planos devem ter como foco o uso eficiente de recursos naturais e insumos, de maquinário, segurança sanitária e inovação.

Caso a medida seja aprovada, produtores, institutos de pesquisa ou empresas que queiram validar tecnologias nas propriedades poderão formar consórcios para apresentar propostas que terão metade do valor subsidiado pelo banco. Os pilotos devem ter orçamento total de R$ 2 milhões a R$ 3 milhões.

“A intenção é fazer experimentos que nos permitam saber se algumas soluções de IoT funcionam e qual retorno trazem ao produtor”, diz o gerente do setor de agronegócios do BNDES, Arthur Milanez. “Esses projetos também nos permitirão saber como será a demanda por esse tipo de tecnologia na agropecuária.”

Medir essa “temperatura” será importante para que o banco possa, mais adiante, oferecer crédito para a aplicação desses projetos nas propriedades a partir das linhas de financiamento que já possui, esclarece o Milanez.

Promissor

De acordo com o BNDES, o impacto em 2025 do uso de internet das coisas no campo deve chegar a até US$ 21 bilhões. O conceito de IoT se refere à troca de dados por meio de objetos do dia conectados entre si através da internet.

No campo, isso se materializa em soluções que permitem a tomada de decisões a partir de informações coletadas e transmitidas em tempo real ao agricultor. “Hoje, existem 43 mil dispositivos de IoT no mundo apenas no agronegócio, mas algumas soluções disponíveis em outros mercados não condizem com a realidade brasileira”, afirma o head of sales & innovation daTI, Vagner Baptistelli.

Ele calcula que 10% desse total deve estar disponível no Brasil. Para Baptistelli, a oferta de crédito para o setor pode democratizar e reduzir o custo da tecnologia no campo.

“Hoje, quando se fala de internet das coisas, tudo o que temos é de alto custo, o que faz com que essas alternativas estejam disponíveis para poucos que têm mais poder aquisitivo”, explica o executivo.

No entanto, mais do que oferta de dispositivos que tragam informação ao produtor, o Brasil precisa de opções que permitam que ele, de fato, consiga transformar as informações coletadas a campo em material para a tomada de decisões. “De nada adianta ter dispositivos sem que possam permitir uma visão mais ampla das propriedades e uma ajuda na tomada de decisões”, opina.

Outro desafio é que 26% dos produtores rurais têm acesso à internet, segundo o analista. “Na medida que não há boa comunicação, é preciso de alguma forma levar a conectividade ao campo”, completa.

Portal do Agronegócio

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