Nova proposta pode garantir reabertura da Usina Guaxuma

http://edivaldojunior.com.br/wp-content/uploads/2017/10/101825348.jpgNova proposta pode garantir reabertura da Usina Guaxuma

O imbróglio em torno do passado e do futuro da Usina Guaxuma, em Coruripe-AL, não chega a ser uma novela, mas já pode virar uma “mini série”. Ao menos neste novo “episódio”, tudo aponta para um desfecho “feliz”.

A usina, considerada um “filé”, com um parque industrial de ponta e terras de excelente qualidade, parou de moer em 2013, em função da falência da Laginha Agroindustrial S/A. Desde então já foram realizadas diversas tentativas para reabrir a indústria, num esforço que envolveu o governador Renan Filho, o desembargador Tutmés Airan, credores, massa falida, cooperativas e empresas.

Nesse período, uma proposta de compra da usina e algumas propostas de arrendamento esbarraram na burocracia da justiça.

Até agora os juízes responsáveis pelo processo de falência não homologaram nenhuma das propostas. A última foi apresentada em setembro de 2016, pela Usina Coruripe e Granbio.

Agora, surge uma nova proposta. Um consórcio formado pela Cooperativa Pindorama, Cooplansul (Cooperativa de Plantadores de Cana da Região Sul) e Associação dos Plantadores de Cana de Alagoas protocolou, nesta segunda-feira, 30, um nova proposta de arrendamento.

Em momentos separados, tanto Pindorama, quanto Cooplansul, já haviam apresentado propostas para arrendar a Guaxuma. As propostas foram retiradas depois que a usina Coruripe entrou no processo. De forma inexplicável, a proposta da Coruripe, que terminou “atropelando” outros projetos, nunca foi adiante.

O objetivo agora é arrendar uma área de 10,5 mil hectares – sendo 3,5 mil hectares para cada um dos integrantes do consórcio – e destinar mais 1,5 mil hectares para os sem-terra que estão ocupando as áreas da usina.

O valor do arrendamento proposto é de 10 toneladas por hectare e mais 4,6% do faturamento global da indústria.

O presidente da Cooperativa Pindorama, Klécio Santos, adianta que cada um dos integrantes do consórcio vai trabalhar em modelos diferentes: “Pindorama vai atuar com pequenos fornecedores, a Cooplansul com produtores tradicionais da região e a Asplana vai coordenar a atuação de pequenos e médios produtores que não integram nossa cooperativa. É uma proposta que pode viabilizar a moagem na usina dentro de três a quatro anos. Tudo vai depender da agilidade da Justiça”, aponta.

Klécio explica que a espera – de 3 a 4 anos – será necessária para fazer o plantio em toda a área. “É uma grande área. Na prática estaremos implantando o campo de uma nova usina. Isso representa um grande esforço financeiro, que será feito com recursos próprios”, explica.

Enquanto a Guaxuma não iniciar a moagem, a cana que for produzida em suas terras poderá ser moída, segundo Santos, pela usina Coruripe ou outras unidades da região.

“Assim que a proposta de arrendamento for homologada pela Justiça, vamos começar a trabalhar nas terras da usina, criando novas oportunidades de emprego e gerando renda e desenvolvimento na região. A implantação de uma nova área como essa representa a geração de mais de dois mil empregos diretos, o que vai movimentar muito a economia dos municípios que estão no entorno da indústria, a exemplo de Coruripe e Teotonio Vilela”, enfatiza.

Esperança

O presidente da Asplana, Edgar Filho, explica que a associação vai indicar e coordenar os fornecedores que atuarão na área de Guaxuma, se a proposta for aprovada pela Justiça: “Quando uma usina fecha, perdemos milhares de empregos e a renda deixa de circular no nosso estado, por isso esperamos que os juízes homologuem o quanto antes o arrendamento. Nesse momento de crise do setor, os investimentos no plantio e a perspectiva de retomada da operação numa grande usina, traz esperanças para todos nós. A atividade canavieira continua sendo a mais importante na economia de Alagoas e a Asplana está trabalhando para viabilizar a retomada da produção não só nesta, indústria mas também outras usinas que deixaram de operar no Estado. “, afirma.

Capacidade de moagem

Com capacidade de produção de 1,8 milhão de toneladas por safra, a Usina Guaxuma é considerada uma das melhores usinas de Alagoas, pela sua localização estratégica e pela qualidade de suas terras. são mais de 12 mil hectares de áreas planas e com estrutura completa para irrigação”, aponta o assessor jurídico.

A usina Guaxuma possui uma área total de mais 17,5 mil hectares e está avaliada em R$ 864,1 milhões (valores de 2015).


Edivaldo Júnior

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Redação

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