“É um escândalo”: AL perde mais de R$ 1 bilhão por ineficácia da Eletrobas

“É um escândalo”: AL perde mais de R$ 1 bilhão por ineficácia da Eletrobas

É um choque. Literalmente. As falhas no sistema de distribuição de energia do estado, a cargo da Eletrobras Distribuição Alagoas tem causado prejuízos incalculáveis aos cidadãos, ao setor privado e ao setor público.

Mas, ao menos no caso do setor público, as perdas pela ineficácia da Eletrobras começam a ser conhecidas.

A Secretaria da Fazenda de Alagoas acaba de realizar um levantamento inédito. Uma equipe de técnicos cumpriu o desafio dado pelo secretário George Santoro de tentar identificar quanto Alagoas deixou de recolher de ICMS em função da falta de energia.

“Acabamos de fazer um estudo sobre isso. O impacto em nossa arrecadação nos últimos dez anos chega a mais de 1 bilhão”, revela Santoro.

Surpreso, insisto com Santoro: mais de um bilhão??? “Exato. É um escândalo”, diz George.

O secretário explica melhor o impacto: “a falta de energia afeta o ICMS direto da energia (cobrado sobre a conta de luz) e também o que deixou de ser produzido por conta da falta dela”.

Outra prejuízo não foi calculado, mas poderá integrar o estudo: “em alguns meses deixamos de arrecadar pela falta de energia nos servidores (computadores) do ITEC e nos nossos postos fiscais. Esse mês de agosto foi um horror. Ficamos seis dias sem energia, o que nos levou a uma perda ou atraso no recolhimento de ICMS de R$ 8 milhões”, explica Santoro.

Em média Alagoas enfrenta perdas de R$ 10 milhões por mês (de ICMS direto da energia e queda na produção) em função da péssima qualidade dos serviços prestados pela Eletrobas: “a economia de Alagoas vem sendo duramente afetada nos últimos anos pela péssima qualidade da energia”, resume Santoro.

Um futuro ameaçado

O que Alagoas perde de ICMS da energia não é, nem de longe, o maior problema do estado. Mais grave, alerta o secretário da fazenda é a perda de investimentos produtivos por causa disso.

“Estamos perdendo muitos empreendimentos”, aponta o secretário.

É simples assim: sem qualidade de energia, as empresas que poderiam vir para Alagoas vão se instalar em outros estados. E se esse problema não for resolvido, as que já estão aqui também podem mudar de endereço.

Nem mesmo os fortes incentivos fiscais dados por Alagoas é suficiente para compensar a má qualidade da energia em alguns segmentos.

Para remediar a situação em alguns setores, a Secretaria da Fazenda está estimulando a utilização de geradores. “Tivemos que isentar o microgerador para poder salvar alguns negócios, como as pousadas do norte do estado. No caso da Sefaz, vamos fazer investimento num gerador. Mas, isso não resolve os grandes empreendimentos”, pondera.

Edivaldo Júnior

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Redação

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