Saco de pancadas: “a imprensa só mostra o HGE quando tem problemas”

Saco de pancadas: “a imprensa só mostra o HGE quando tem problemas”

Durante os últimos dias, o HGE voltou ao noticiário. De novo, velhos problemas. A falta de medicamentos, materiais e procedimentos e superlotação. Nada diferente do que se vê no maior hospital de Alagoas nos últimos anos, nas últimas décadas.

Uma reportagem de TV foi usada como base para críticas e cobranças do senador Benedito de Lira (PP), que cobrou providências do governador Renan Filho.

O problema, segundo o secretário de Saúde do Estado foi pontual. A reportagem foi exibida na sexta-feira, 11. Na sexta-feira, 18, Christian Teixeira aparece em reportagem da Agência Alagoas, mostrando que o problema de abastecimento foi resolvido com uma compra emergencial.

A normalização dos serviços, no entanto, não ganhou a mesma repercussão, assim como tem ocorrido na maioria das vezes.

Em razão dessa “diferença de tratamento”, Christian Teixeira costuma repetir que “infelizmente a imprensa só mostra o HGE quando tem algum problema. Quando tem serviço não mostra”.

Ao blog, o secretário de Saúde adianta que a Sesau está conseguindo resolver o problema do abastecimento da forma correta: “Isso é um problema histórico do HGE. Agora que tem um secretário que mostra disposição, boa vontade, que procura fazer o que diz a lei, isso incomoda…”

Christian Teixeira vai além, embora evite polemizar com Benedito de Lira: “nessas horas não aparece ninguém para ajudar, só para dificultar. O que está ocorrendo é que a gente está revendo tudo aqui na secretaria para poder adquirir esses medicamentos conforme a diz a lei. O que não dá é que a gente continue fazendo as mesmas coisas e esperando resultados diferentes. Estamos fazendo modificações aqui justamente para que aja um planejamento na Secretaria, para que a gente não tenha dificuldades em relação ao desabastecimento e isso incomoda algumas pessoas”.

Planejamento

Entre as ações, Christian Teixeira adianta que está sendo feito um planejamento na Saúde, para que as licitações possam andar nos termos da legislação: “se ela (a legislação) é arcaica, é um trabalho do Congresso Nacional resolver. Muitas vezes a legislação dificultando o trabalho dos gestores, mas aqui lidamos com saúde, com vidas… as vezes não dá para aguardar. Essa é a angustia dos gestores que estão a frente das secretarias de saúde no país inteiro. Minha vinda para a secretaria foi justamente para dar celeridade ao seu funcionamento, para acabar com a época do improviso”.

Segundo o secretário, a sistemática da Sesau está passando por mudanças, para “acabar de uma vez por todos com a onda do improviso, dar mais celeridade, dar mais efetividade ao cidadão que precisa… e aqui em Alagoas temos vários agravantes, primeiro somos um estado em que 90% da população depende do Sistema Único de saúde, onde na capital a cobertura da rede básica é muito baixa. Maceió é única capital do país que não tem um hospital público. E tudo isso desencadeia no HGE”, avalia.

O outro lado

Christian Teixeira lembra que mais de 80% dos casos que chegam ao HGE são clínicos, que deveriam ficar nas UPAs, nos mini pronto socorros. “O HGE nunca fecha as portas, atende pacientes da capital e interior que deveriam ser atendidos em outras redes e ainda é referência para várias especialidades”.

O secretário destaca ainda que nos últimos meses o HGE vem batendo recordes de atendimento aos pacientes e “isso as pessoas não conseguem mostrar”. O aumento no número de atendimentos, que no último mês passou de 15 mil, é apontado por Christian Teixeira como uma das razões para possa ocorrer pontualmente algumas faltas. “Talvez o que incomode verdadeiramente seja o fato de que estamos ampliando o atendimento e implementando medidas não só para melhorar o HGE, mas também para construir novos hospitais e melhorar toda a rede de saúde do Estado”, aponta.

Versão oficial

A Agência Alagoas fez texto sobre o abastecimento do HGE. Veja:

Com 15 mil atendimentos por mês, HGE recebe insumos e medicamentos

Hospital é referência em casos de acidente de trânsito, queimaduras, acidente vascular cerebral, agressões e problemas cardíacos

Com uma média de 15 mil atendimentos por mês, o Hospital Geral do Estado (HGE) conta com 462 leitos, sendo 43 para tratamento intensivo. O hospital é referência em todo o Estado para casos de acidente de trânsito, queimaduras, acidente vascular cerebral, agressões e problemas cardíacos.

No comando da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) há pouco mais de 200 dias, o advogado Christian Teixeira enumera as dificuldades verificadas nesse período e antecipa um salto de qualidade na gestão e no atendimento realizado pelo HGE, a partir do ciclo de investimentos iniciado pelo governador Renan Filho.

“O HGE é o maior hospital do Estado de Alagoas, e a demanda é gigante. A unidade passou décadas sem investimentos significativos e, nos últimos 40 anos, a população de Maceió praticamente dobrou, sendo a única capital do Brasil que não tem um hospital mantido pelo poder público municipal. Isso gera uma demanda reprimida enorme, que precisa ser atendida pelo Hospital Geral”, observa Teixeira.

De acordo com o secretário, as ações e investimentos realizados pelo Governo buscam atingir diretamente a raíz dos problemas. A superlotação crônica, por exemplo, está sendo combatida com a construção de novos hospitais.

“Temos o Hospital Metropolitano e o Hospital da Mulher, ambos em construção, três Unidades de Pronto Atendimento [UPAs] na capital e cinco que estamos abrindo no interior, além dos hospitais regionais de Delmiro Gouveia, União dos Palmares e Porto Calvo. Com essas novas unidades, o Governo vai diminuir o sofrimento das pessoas que precisam se deslocar até a capital para receber atendimento. E, a partir do momento em que esses hospitais estiverem funcionando, nós vamos conseguir diminuir esse movimento que temos no HGE”, ressalta Christian Teixeira.

Leia aqui, na íntegra:

http://agenciaalagoas.al.gov.br/noticia/item/18703-com-15-mil-atendimentos-por-mes-hge-recebe-insumos-e-medicamentos


Edivaldo Júnior

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Redação

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