Após inviabilizar arrendamento da Guaxuma, Justiça pode vender usinas da Laginha abaixo do valor de mercado

Após inviabilizar arrendamento da Guaxuma, Justiça pode vender usinas da Laginha abaixo do valor de mercado

Esquecida nas gavetas do poder judiciário, a proposta de arrendamento da Usina Guaxuma mingou – literalmente.

Pelo que se sabe, as empresas interessadas na negociação (a Usina Coruripe e a GranBio) teriam desistido da proposta, pelo menos do jeito que ela foi apresentada.

Não é para menos. O contrato foi assinado pelas indústrias no começo de setembro do ano passado. Desde então, faltou apenas a homologação pela Justiça.

Se o contrato assinado pelas duas empresas estivesse em vigor, a Guaxuma iria retomar sua moagem já na safra deste ano. Iria. Sem o arredamento, a indústria continua fechada, gerando gastos de manutenção para a massa falida da Laginha Agroindustrial e deixando ainda mais longe o pagamento dos credores.

A Laginha pode sofrer outra grande perda. Renato S. Moysés (Superbid Leilão Judicial), nomeado leiloeiro oficial pela justiça de Alagoas para a venda dos bens da massa falida (usinas Triácool e Vale do Paranaíba, em Minas Gerais) requereu no dia 31 de maio, o aumento da comissão para 5% – praticamente o dobro do percentual previsto no contrato.

A venda das duas usinas pela modalidade de leilão pode trazer outra grande dissabor para os credores.

Não há garantia de preço mínimo e a duas indústrias podem ser vendidas por um valor bem abaixo da avaliação de mercado feita pela própria justiça, de cerca de R$ 440 milhões.

Alguns credores defendem o modelo adotado na Uruba. A usina, localizada em Atalaia, foi arrendada há três anos. Desde então, deixou de gerar gastos com manutenção e passou a gerar receita com a participação na produção industrial e agrícola, com percentuais que variam de 5% a 6%.

Justiça optou pelo leilão por falta de propostas em audiências

A audiência realizada na Comarca de Coruripe, no dia 28 de abril, para acolhimento de propostas de alienação (venda) das usinas Triálcool e Vale do Paranaíba, pertencentes a massa falida da Laginha Agroindustrial SA, foi frustrada.

Nenhum interessado apresentou proposta – o que é do ponto de vista do pagamento de credores uma sinalização negativa.

Os magistrados responsáveis pelo processo de falência informam que vão tentar vender as usinas, em outra data e explicaram que para a próxima tentativa de alienação (venda), o procedimento adotado será o leilão.

A informação é da Comunicação do TJ/AL. Leia:

“Foi concluída sem propostas a audiência marcada para que se manifestassem os interessados em adquirir as usinas Triálcool e Vale do Paranaíba, localizadas no interior de Minas Gerais e pertencentes à Laginha Agroindustrial. A audiência ocorreu no Fórum de Coruripe (AL), nesta sexta-feira (28).

Phillipe Alcântara, Leandro Folly e José Eduardo Nobre são os magistrados responsáveis pelo processo, que tramita na 1ª Vara da Comarca de Coruripe. Participaram da audiência credores, promotores do Ministério Público de Alagoas que atuam no caso e representantes da administração judicial da empresa.

Avaliação de mais de R$ 400 milhões

O valor de avaliação das duas unidades levantado em 2014 e validado pela Justiça de Alagoas em 2015 era de cerca de R$ 440 milhões: Usina Triálcool – Valor Global sem Cana R$ 227,7 milhões e Usina Vale de Paranaíba – Valor Global sem Cana R$ 211,2 milhões.

Esses valores estão defasados e podem gerar perdas para a massa falida e, por tabela, para os credores. O Bando do Nordeste, maior credor da massa falida, pediu nova avaliação, que foi negada pelos magistrados.

O valor de avaliação das duas usinas representa apenas cerca de 20% dos débitos da massa falida apurados pela Justiça – cerca de R$ 2 bilhões.


Edivaldo Júnior

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Redação

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