Governo de AL aposta em empresas com menor volume de investimento

Governo de AL aposta em empresas com menor volume de investimento

Em tempos de vacas magras, não é fácil captar grandes empreendimentos para Alagoas. Investimentos privados de maior monta, a exemplo da fábrica da Portobello (Pointer) e da nova unidade de PVC da Braskem no polo multifabril de Marechal Deodoro, que juntos somam mais de R$ 1 bilhão ou da planta de etanol da Granbio, em São Miguel, um negócio de mais de R$ 350 milhões, estão se tornando mais raros – não só em Alagoas.

Talvez por isso o governo do estado tenha adotado nova estratégia, dando mais atenção na captação de novas empresas com investimentos abaixo de R$ 100 milhões.

O volume de recursos pode até ser menor nos novos negócios que estão chegando ao estado, mas em compensação os empreendimentos tem uma capacidade, proporcionalmente menor de geração de empregos.

É o caso da Brita Forte inagurada nessa sexta-feira, 7, em Murici, pelo governador Renan Filho, dentro da programação da 6ª edição do Governo Presente.

Segundo o secretário da de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Helder Lima, a empresa conta com investimento de cerca R$ 10 milhões.

A Brita Forte atua na mineração e exploração de pedra gnaisse e é genuinamente alagoana. Composta por cinco sócios, a empresa tem capacidade de produção mensal de 18 mil metros cúbicos de pedra britada, devendo gerar cerca de 130 empregos diretos e indiretos.

“Além do apoio para a instalação da indústria, os avanços proporcionados pelo Governo no segmento de infraestrutura na região permite a abertura de mercado e frente de venda, escoando nossa produção”, diz o diretor da Pedreira, Marcelo Tores.

Helder Lima também anunciou, no governo presente, outros incetivos para novas empresas: “a pedreira representa um avanço para o desenvolvimento regional. A inauguração significa a concretização da proposta do Governo de Alagoas de industrializar o interior, diversificando a economia e explorando as principais potencialidades de cada município, gerando emprego e renda para a população alagoana”.

Ainda no Governo Presente, outros dois investimentos receberam inventivos do Estado através do Prodesin. Uma delas é a Caatinga Rocks Cervejas Artesanais, primeira microcervejaria alagoana instalada no interior do Estado, em Murici, na Zona da Mata alagoana. A empresa, com investimento total de R$1 milhão, tem uma produção de cerca 120 mil unidades de chopps e cervejas por ano, podendo gerar cerca de 80 empregos diretos e indiretos para a mão de obra local nos próximos cinco anos. Além de incentivos, a empresa também foi financiada pela Desenvolve.

Outro empreendimento visitado pela equipe de Renan Filho foi a Murici Envase, que atua há oito anos no mercado e tem como atividade principal a fabricação e envase de bebidas lácteas, leite UHT, achocolatados e derivados de leite, sucos, água de coco, bem como prestação de serviços de envase em geral.

Com um investimento inicial de implantação de R$ 6 milhões, a Murici Envase também recebeu o incentivo financeiro da Desenvolve, no valor de R$ 1,5 milhão, e gera cerca de 70 empregos diretos e indiretos.

Capacidade

Empreendimentos menores, a exemplo dos três citados aqui, tem uma maior capacidade de geração de empregos. Uma boa comparação é a fábrica da Portobello, inagurada em setembro de 2015, com investimentos de R$ 210 milhões e 400 empregos diretos. Faça as contas, para cada emprego gerado os investimentos passam de R$ 520 mil.

As três empresas, com investimentos iniciais da ordem de R$ 17 milhões, no total, devem gerar 280 empregos diretos. Agora, faça as contas: para gerar cada posto de trabalho os investimentos são de pouco mais de R$ 60 mil.

No prelo

A equipe do governo Renan Filho não se contenta, apesar das vantagens, apenas com a captação de negócios que demandam um menor volume de investimentos financeiros. No momento (conto depois, com mais detalhes) dois grandes empreendedores nacionais do setor químico e plástico iniciaram, a partir de articulação da Braskem, entendimentos para instalar seus negócios em Alagoas.

Competitividade

Com a reformulação do Programa de Desenvolvimento Integrado de Alagoas no ano passado, o Estado passou a contar com o melhor incentivo fiscal do Nordeste, com a redução em 92% do pagamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na saída dos produtos industrializados em todo o território alagoano, além do diferimento do ICMS sobre os bens destinados ao ativo fixo, sobre a matéria-prima utilizada na fabricação de produtos e na aquisição interna de energia elétrica e gás natural.

Para comparar: o benefício fiscal na região metropolitana de Pernambuco é de 75%, oferecendo um desconto maior do que Alagoas (95%) apenas na região do Sertão, um território ainda sem infraestrutura adequada para a instalação de indústrias.

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Edivaldo Junior

Edivaldo Junior

Edivaldo Junior é jornalista, colunista da Gazeta de Alagoas e editor do caderno Gazeta Rural

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