Sebrae percorre cerâmicas e olarias alagoanas para identificar demandas do segmento

Sebrae percorre cerâmicas e olarias alagoanas para identificar demandas do segmento

Situações serão trabalhadas ao longo do ano nos projetos finalísticos e com os parceiros institucionais

Para saber as reais necessidades dos pequenos negócios que compõem o segmento ceramista alagoano, representantes do Sebrae em Alagoas e órgãos parceiros iniciaram, nesta quarta-feira (08), uma visita às cerâmicas e olarias no interior do estado. A primeira parada foi em Boca da Mata, onde está localizada a Cerâmica Araçá e duas pequenas olarias.

Apesar de ambas trabalharem a transformação da argila e do barro em tijolos, blocos, telhas e outros itens, as olarias diferem das cerâmicas por serem negócios de menor porte e de operação quase artesanal. O outro tipo de empresa, por sua vez, possui mais infraestrutura e emprega de cinco a 20 pessoas, tendo maior cartela de produtos e faturamento entre R$ 10 mil e R$ 40 mil.

Parecem negócios muito pequenos, porém, a presença dessas olarias e cerâmicas é essencial nas regiões onde estão inseridas, por gerarem emprego na cidade e venderem nos municípios vizinhos, movimentando a economia local. Razão pela qual precisam dessa atenção das instituições, como defende Everaldo Figueiredo, gerente da Unidade de Indústria (UIND) do Sebrae em Alagoas.

“Sempre que pensamos em desenvolvimento, remetemos a trazer mais indústrias para Alagoas. Só que nós devemos fazer primeiro o dever de casa com as pequenas indústrias que aqui estão. Temos que dar condições para que elas possam sobreviver, continuar funcionando, gerar empregos e movimentar riquezas onde elas estão inseridas”, ressaltou Everaldo.

O gerente informou que as pequenas cerâmicas e olarias em Alagoas são atendidas pelo Sebrae e seus parceiros pelo Projeto da Indústria da Construção Civil, desde 2016, e pelo Programa de Apoio à Competitividade das Micro e Pequenas Indústrias (PROCOMPI), aprovado em outubro do ano passado e iniciado de forma prática em dezembro. É para levantar o que já foi feito e as demandas a serem priorizadas este ano nos dois projetos que as visitas técnicas estão sendo conduzidas.

“Vimos que avanços foram feitos, mas ainda há muito campo para caminhar. Temos empresas fechando por falta de condições mínimas para trabalhar, como energia elétrica, água ou o licenciamento ambiental, que é item necessário para financiamentos. Então vamos levar esses itens identificados aos parceiros e ver como podemos atuar junto aos governos municipais e estadual para liberar algumas demandas”, completou o gerente da UIND.

Entre as situações identificadas estão as dificuldades do segmento com a seca: a água é essencial para moldar a argila. “É preciso interceder junto às prefeituras para que os negócios tenham acesso a açudes ou para que possam cavar poços”, completou Everaldo.

Outro ponto essencial a ser discutido com o governo do estado é a questão do licenciamento ambiental, que para algumas empresas está parado há dois anos. Além da própria permissão para operação em risco, esse atraso impede que as cerâmicas consigam financiamentos em bancos e agências de fomento, pois isso é encarado como uma irregularidade na documentação.

Essas demandas levantadas serão trabalhadas por Sebrae e Sindicer nos projetos voltados ao segmento cerâmico – no PROCOMPI, esses parceiros são a Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (Fiea) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Eles também atuam no Projeto da Indústria da Construção Civil, ao lado de outras entidades, como o Sindicato da Indústria e da Construção Civil de Maceió (Sinduscon).

Em Boca da Mata, o Sebrae foi acompanhado por Gustavo Amorim, representante do Sindicato da Indústria de Produtos Cerâmicos do Estado de Alagoas (Sindicer); Diego Gaia, da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo (Sedetur); e Maura Franco, consultora do Sindicer e do Sebrae.

(Agência Sebrae)

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Edivaldo Junior

Edivaldo Junior

Edivaldo Junior é jornalista, colunista da Gazeta de Alagoas e editor do caderno Gazeta Rural

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