Com tucanos, BNDES corta 62% dos investimentos para o Nordeste

Com tucanos, BNDES corta 62% dos investimentos para o Nordeste

O deputado federal Paulão (PT-AL) protestou nessa quarta-feira, 8, na Câmara dos Deputados contra a drástica redução de 62% dos desembolsos do BNDES para a região Nordeste, em 2016. O banco, agora sob o comando dos tucanos, que estariam priorizando as regiões sul e sudeste.

“Trata-se da politica elitista de um governo golpista. Esse resultado do BNDES em 2016 é uma demonstração de que o golpe veio para aprofundar as desigualdades sociais, oferecendo para a sociedade e para o setor produtivo a recessão econômica”, cutucou Paulão.

O banco agora está sob o comando de gestores indicados pelo PSDB (tucanos), que priorizaram, segundo o deputado o sul e sudeste, regiões mais ricas do país.

O deputado reforça que a recuperação econômica propalada pelos integrantes do governo só existe nas planilhas. Ele lamentou que, na vida real, os indicadores divulgados diariamente comprovam que a economia vai mal.

“Pior do que isso, só a estratégia do governo Temer de acabar com a política de desenvolvimento inaugurada por Lula a partir de 2003 quando empoderou o BNDES. Agora, sob a presidência da tucana Maria Silvia Bastos, a instituição passa a ser apenas um banco qualquer, sem musculatura e sem política, abandonando o significado das letras DES, de desenvolvimento econômico e social”, disse.

Em 2016, o total de desembolsos do BNDES foi de R$ 88,3 bilhões. “Essa notícia está nos jornais de hoje, onde alguns encobrem a verdade e apontam que esse volume foi suficiente para os setores produtivos. Uma mentira deslavada, porque foi o desempenho mais fraco desde que a série histórica foi iniciada, em 1996, exatamente durante o governo neoliberal de FHC”, reforça.

Ele lembrou que Lula pegou o BNDES e logo em 2003 o montante de desembolso foi de R$ 33,1 bilhões, 6,4% acima do volume de 2002. De lá até janeiro de 2015, sob o mandato de Dilma Rousseff, o BNDES desembolsou mais de R$ 175 bilhões para a indústria, comércio e serviços.” Lula sempre repete o mantra de que a retomada da economia só é possível com a indução do investimento pelo Estado, e o BNDES cumpria essa missão, principalmente para as regiões Norte e Nordeste”, disse.

Ainda de acordo com o parlamentar petista, a política inclusiva e distributiva dos investimentos do BNDES finalmente vingou para essas regiões. Observou que em 2005, implantou o sistema de financiamento por microrregiões e não mais por grandes áreas e segmentos. A partir de 2009, para minimizar os efeitos crise econômica mundial, optou por uma política anticíclica, coordenada pelo governo Lula, com o BNDES ajudando os 27 estados brasileiros com financiamentos em áreas estratégicas de infraestrutura que geraram milhões de empregos. Como resultado, tais regiões verificaram o efeito positivo com o crescimento econômico, a manutenção da renda e do bem-estar social.

PSI cai 86%

Paulão destacou ainda que todos os setores foram prejudicados pela gestão tucana no BNDES, em atendimento à política de desmonte do governo Temer. O Programa de Sustentação do Investimento (PSI), lançado em 2009, operado pelo BNDES e pela Finep, por exemplo, registrou queda de 86% dos desembolsos em 2016 na comparação com 2015.

Para o deputado a atual política de desmonte de Temer deverá ser notada em outros setores por causa do fim da política de conteúdo nacional. “O aumento das importações de máquinas e equipamentos vai quebrar setores como o da indústria mecânica e de metalurgia; de celulose e papel, de alimento e bebidas. O desembolso para a indústria mecânica e de metalurgia, em 2016, por exemplo, caiu 31% e o setor de infraestrutura, como um todo, registrou queda de 53%”, concluiu.

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Edivaldo Junior

Edivaldo Junior

Edivaldo Junior é jornalista, colunista da Gazeta de Alagoas e editor do caderno Gazeta Rural

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