Com a seca, Alagoas vai registar quebra na safra de cana 16/17

Com a seca, Alagoas vai registar quebra na safra de cana 16/17

Em agosto de 2016, no começo da safra de cana-de-açúcar 2016/2017, o Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Alagoas chegou a estimar uma moagem de até 20 milhões de toneladas, em crescimento de 20% ante o ciclo anterior (16,5 milhões de toneladas).

De lá para cá, quanta diferença. Mês após mês as estimativas foram sendo revistas, sempre para baixo, em função da estiagem. Com a seca, o Sindaçúcar-AL reviu todas as expectativas e agora “torce” para ao menos repetir o mesmo volume de moagem da safra anterior.

Até o início de fevereiro, o Sindaçúcar-AL vai divulgar uma nova estimativa da safra 2016/2017 no Estado. Mas já se sabe que a produção deve ficar entre 16 milhões e no máximo em 16,5 milhões de toneladas de cana, repetindo o resultado do ciclo anterior – o pior deste a safra 93/94, quando a moagem atingiu apenas 15,8 milhões de toneladas.

A redução é resultado de vários fatores, que podem ser resumidos numa só palavrinha: seca. Seca de chuvas e seca de dinheiro. Com crise financeira internacional iniciada em 2008, descapitalizadas e sem acesso a novos créditos, as usinas pararam de investir nos tratos culturais e os canaviais alagoanos estão envelhecidos e com baixa produtividade.

Confirmados esses números, a perda financeira – pelo que deixou de ser produzido – pode passar de R$ 1 bilhão.

A moagem deve se estender em Alagoas até o mês de março. Mas desde já o Sindaçúcar-AL avalia que a produção da safra 2016/2017 será menor do que a realizada no ciclo anterior, em função da falta de chuvas no Estado, o que prejudicou os canaviais alagoanoas.

Segundo o presidente do Sindaçúcar-AL , Pedro Robério Nogueira, o déficit mensal de chuvas nesta safra chegou à média de 50%, sendo que alguns meses em que ocorreu um déficit de 100% de chuvas, em relação à média histórica.

“A safra em curso está sendo presidida por um clima de estiagem muito intensa, nunca vista nos últimos anos. Isso nos encaminha para uma safra menor do que a anterior. O volume final da moagem é preocupante por não ter um quadro de chuva no curso da moagem”, afirma o presidente do Sindaçúcar-AL.

No ciclo 2015/2016, foram produzidas 16,5 milhões de toneladas de cana, com 19 unidades industriais em operação. “Se fizermos isso já será satisfatório”, aponta Nogueira.

Atualmente, estão em operação 17 usinas em Alagoas e as unidades Porto Alegre e Sinimbu deixaram de moer nessa safra. Em número de produção, 13 usinas tiveram aumento na produção em relação ao mesmo período do ciclo anterior.

(Edivaldo Junior)

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Edivaldo Junior

Edivaldo Junior

Edivaldo Junior é jornalista, colunista da Gazeta de Alagoas e editor do caderno Gazeta Rural

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