A frase não é minha. Nem sei se foi criada por ele. Mas foi do secretário estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Alexandre Ayres, que tem um pé na política, que ouvi uma das melhores definições sobre as eleições deste ano.
“Esta será a eleição dos 4S”, resume, para depois acrescentar: “será a campanha do “santinho”, da “sola de sapato” e da “saliva”.
Por onde ando, com quem converso, a história é a mesma. Não tem dinheiro. Alguns candidatos a vereador ainda estão tentando conseguir o básico: carro, gasolina, furadinho, santinho…
No sertão, um candidato a prefeito com quem conversei esses dias, encontrou uma boa tirada para fugir dos pedidos dos eleitores: “eu ando sem carteira. Se alguém encosta pedindo alguma coisa mostro os bolsos e aviso que não tem nada. E a gente tem que fazer isso até por orientação do jurídico. Se um candidato cair na tentação de dar algum dinheiro ao eleitor, pode perder a eleição. Basta uma foto de algo do tipo para o registro ser cassado”, pondera.
Para o eleitor, acostumado a pedir um “dinheirinho”, vai restar por enquanto a promessa. Nesse caso vai sobressair o político que costuma honrar a palavra e que não desaparece depois das eleições.
Também vai pesar o currículo e o serviço prestado. Mas isso só não será suficiente para “convencer” eleitores viciados.
Que ninguém se surpreenda com um recorde de abstenções, nulos e brancos em 2 de outubro – ainda mais num momento em que a população dá sinais de uma descrença crescente nos políticos e na política.