Programa de Arranjos produtivos Locais de Alagoas passa por reformulação

Programa de Arranjos produtivos Locais de Alagoas passa por reformulação

Mais de 9 milhões investidos pelo Governo do Estado.13 mil pessoas atendidas diretamente. Atuante em 82 municípios de Alagoas. Estes dados positivos se referem ao sucesso do Programa de Arranjos Produtivos Locais (PAPL) em território alagoano, que com o intuito de melhorar a qualidade de vida da população promove a inclusão produtiva dos municípios e proporciona a geração de emprego e renda para os produtores, pequenos e microempresários locais.

Divididos entre os segmentos de Agronegócios, Indústria e Serviços, os 18 APLs são coordenados em Alagoas pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo (Sedetur), em parceria com o Sebrae/AL, que atuam no fomento das atividades, na articulação das demandas de cada território, na realização de capacitações e na elaboração de planejamentos estratégicos.

Para a superintendente de Desenvolvimento Regional e Setorial da Sedetur, Giselle Mascarenhas, o programa tem como objetivo prioritário a erradicação da pobreza e a diminuição das desigualdades econômicas e sociais das regiões.

“O Governo do Estado, e os demais atores do programa, trabalharam de maneira compromissada com as políticas públicas, sendo agentes ativos da dinamização dos territórios de Alagoas com a adoção de práticas inovadoras e de impacto econômico direto para a população”, ressalta Giselle Mascarenhas.

Por meio de recursos do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza (Fecoep), foram investidos R$ 9. 840 milhões até o ano de 2016 no programa. Já por meio do Sebrae/AL, o montante destinado para o PAPL chega a R$ 1.229 milhão, e R$ 30.432 milhões em investimentos por parte de parceiros em ações acordadas com os territórios.

Os impactos sociais
Na prática, a atuação do PAPL é sinônimo de mudança de vida e conquistas significativas para os alagoanos. Estimulando o cooperativismo, foram atendidas 282 associações, com 8.239 associados, e 34 cooperativas, que abrangem cerca de 5 mil cooperados.

Nesse sentido, o Arranjo Produtivo Local Fruticultura no Vale do Mundaú é um dos destaques do programa. Referência no modelo de produção orgânica, os produtos já ganham o mercado em forma de doces cristalizados, frutas desidratadas e sucos, todos com certificação de um produto saudável e de alta qualidade para o consumo.

O segmento de madeira e móveis também apresentou forte expansão e desenvolvimento durante os últimos anos. Juntos, os APLs Móveis Maceió e Entorno e o Móveis no Agreste tiveram participação em eventos de grande porte, como a Feira Internacional de Fornecedores da Indústria de Madeira e Móveis (ForMóbile), a Casa Cor em Alagoas, realizada em Maceió, além da Decor Agreste, a maior reunião de profissionais do setor da região, em Arapiraca.

De acordo com o professor de economia da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e especialista em Economia Alagoana, Anderson Henrique, a aplicabilidade dos Arranjos Produtivos passa a ter maior relevância se considerarmos o contexto histórico e econômico do estado.

“A iniciativa dos programas de arranjo em Alagoas permite uma efetiva diversificação da pauta produtiva em alguns segmentos. Em decorrência disso, é possível alcançar a inserção de muitas famílias em um fluxo de renda melhor, permitindo a migração social. Além disso, existe a geração de emprego. O produtor ou empresário que passa a ter uma fonte de renda maior através do apoio do programa vai passar a produzir mais, se tornando mais competitivo e, posteriormente, aumentando o quadro de funcionários que trabalham com ele, movimentando, assim, a economia”, explica o professor.

Para o economista, outro ponto positivo que merece destaque no funcionamento do APL é a valorização do trabalho feminino. Na agricultura familiar, por exemplo, a mulher geralmente possui um papel fundamental na produção e comercialização dos produtos, o que torna suas atividades ainda mais relevantes, deixando de ser negligenciadas e restritas ao trabalho do lar.

Novo Programa
Agora, com dados positivos e 11 anos de atuação – ocupando um espaço de destaque em todo o Brasil, no segmento de desenvolvimento regional – o programa cumpriu seu papel e passará por uma reformulação, que abre espaço para instituir um novo modelo.

O novo formato, além de continuar concedendo apoio direto aos Arranjos Produtivos Locais, englobará, também, os Aglomerados e Cadeias Produtivas, considerando as alterações e demandas do cenário socioeconômico de Alagoas.

“Esta transição para um novo programa, em nenhuma hipótese deve ser vista como delimitadora. Pelo contrário, o Estado busca traçar novas políticas para englobar todos os sistemas produtivos locais alagoanos, que entendemos que vão além de Arranjos, e, mais que isso, passaram por mudanças desde o início do PAPL, há 11 anos”, afirma Giselle Mascarenhas.

Com a atualização do programa, uma das principais mudanças trata da substituição da figura do gestor do APL por uma gestão autônoma da governança local. Dessa forma, os núcleos produtivos estarão submetidos à Gerência Regional, Secretarias Setoriais e à Coordenação do Programa, possibilitando um contato mais direto entre os atores do programa.

O projeto, elaborado pela Sedetur, encontra-se em fase de aprovação e tem como objetivos principais: descentralizar o desenvolvimento; estimular a inclusão produtiva; desenvolver os aglomerado, arranjos e cadeias produtivas; aumentar a competitividade das micro e pequenas empresas; fomentar o empreendedorismo, associativismo e cooperativismo, além de promover a interação entre os principais atores das atividades econômicas de cada território.

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Agência Alagoas

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Redação

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