Crise no setor de planos de saúde já prejudica AL

Crise no setor de planos de saúde já prejudica AL

A saúde pública é o problema número um do brasileiro. Com o aumento da crise financeira e o desemprego atingindo 11,2% em abril, no acumulado do ano, o setor de planos médico-hospitalares registrou uma queda de 788 mil clientes em todo o país, nos primeiros cinco meses de 2016, os dados são da Agência Nacional de Saúde (ANS). Em Alagoas, a situação não é diferente e a demanda já está sendo sentida nos postos de saúde e hospitais que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde, as unidades começaram o ano com um aumento considerável no número de atendimentos, não apenas em decorrência de viroses e problemas decorrentes das doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti, mas também pelo número de usuários que ficaram sem planos de saúde neste período.

A diretora de Atenção à Saúde da capital, Flavia Melro, esclarece que apenas 8% dos maceioenses possui plano de saúde privado, ficando 92% na dependência apenas do SUS. “Trabalhamos para ampliar o atendimento na atenção básica e melhorar os serviços nas chamadas média e alta complexidades”, explica a diretora.

O município de Maceió não possui hospitais públicos, trabalha com hospitais contratualizados que realizam a demanda de internações, exames e procedimentos mais complexos. Muitos desses hospitais também recebem pacientes que possuem planos privados, o que torna o atendimento ainda mais congestionado, principalmente nos setores de urgência, emergência e internações.

“As questões relacionadas aos planos de saúde no Brasil passaram por importantes transformações, principalmente neste período de crise. Muitas operadoras entraram em declínio, a exemplo da Unimed Paulistana, uma das mais estruturadas do país, e outras tantas passaram a ter restrições, o que leva o beneficiário a buscar a defesa de seus direitos na Justiça”, afirma o advogado, especialista em planos de saúde, Bruno Teixeira.
As reclamações contra os planos são as mais diversas. Negativa de cobertura para certos procedimentos, demora para agendar consultas e exames complementares, revisão de valores referentes a planos antigos e alteração da rede credenciada são alguns dos casos mais comuns que vão parar na Justiça.

A ANS informa ainda que existem atualmente 48.623 milhões de beneficiários de planos médico-hospitalares no Brasil. Em maio de 2015, esse número chegou 50.055 milhões. Só no último mês de abril, a queda registrada foi de 30 mil clientes.

“Essas pessoas que ficam sem o plano tendem a migrar para os sistemas públicos, mas a maioria que continua segurada desconhece a totalidade de seus direitos e acaba pagando por serviços particulares ou padecendo nas imensas filas do sistema público de saúde. Por isso é importante buscar informações e garantir aquilo que foi acordado em contrato e, principalmente, está previsto na legislação aplicável”, conclui o advogado Bruno Teixeira.

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