Grampo confirma: Renan “não fala nada”, nem mesmo entre “amigos”

Grampo confirma: Renan “não fala nada”, nem mesmo entre “amigos”

Quem conhece o Renan Calheiros de hoje sabe que ele mais ouve do que fala. Mesmo nas conversas privadas, o senador usa frases genéricas, se esquiva de emitir juízo de valores das questões mais polêmicas.

Se fala pouco porque tem medo de ser gravado ou “incompreendido” não se sabe. Decerto aprendeu o senador a lição de que tem duas orelhas e apenas uma língua. Uma língua, diga-se, publicamente bem mais comportada do que a de Jucá e a de Lula.

No áudio revelado por Sérgio Machado, como registra reportagem do Gazetaweb (http://gazetaweb.globo.com/portal/noticia.php?c=10619) o único deslize de Renan foi dizer que os ministros do STF estavam (estão) “putos” com Dilma.

De fato esse tem sido o tom de Renan. Com raras exceções, ele fala em particular – de politica, pelo menos – só um pouco mais do que fala em público.

“Ele só muda esse comportamento quando encontra velhos conhecidos, principalmente em sua terra (Murici). Quando ele sabe que a pessoa não vai repercutir de alguma forma o q ele diz, fala a vontade”, revela um antigo assessor do senador.

Ainda que não tenha dito nada comprometedor, Renan divulgou nota pública sobre a gravação feita por Machado, reafirmando que suas posições sobre a mudança na lei da delação são conhecidas e pedindo desculpas a Aécio Neves, citado no diálogo como alguém que está com medo. Quanto a Dilma, nenhuma linha.

Veja a nota:

Nota Pública

O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) tem por hábito receber todos aqueles que o procuram. Nas conversas que mantém habitualmente, defende, com frequência, pontos de vista e impressões sobre o quadro. Todos os pontos de vista, evidentemente, dentro da Lei e da Constituição Federal.

Todas as opiniões do senador foram publicamente noticiadas pelos veículos de comunicação, como as críticas ao ex-presidente da Câmara dos Deputados, a possibilidade de alterar a lei de delações para, por exemplo, agravar as penas de delações não confirmadas e as notícias sobre delações de empreiteiras foram fartamente veiculadas.

A defesa pública de uma solução parlamentarista também foi registrada em vários artigos e colunas e o próprio STF pautou o julgamento do tema. O Senado, inclusive, pediu sua retirada da pauta.

Em relação ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), o senador Renan Calheiros se desculpa porque se expressou inadequadamente. Ele se referia a um contato do senador mineiro que expressava indignação – e não medo – com a citação do ex-senador Delcídio do Amaral.

 Os diálogos não revelam, não indicam, nem sugerem qualquer menção ou tentativa de interferir na Lava Jato ou soluções anômalas. E não seria o caso porque nada vai interferir nas investigações.

 Assessoria de Imprensa

Presidência do Senado Federal

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EJ

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Redação

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