Mais de 30 mil trabalhadores rurais perderam seus empregos em Alagoas nas últimas semanas, em função do início da entressafra de cana-de-açúcar no Estado.
O alerta é da Federação dos Trabalhadores na Agricultura. Segundo a Fetag-AL, a taxa de desemprego entre trabalhadores rurais de Alagoas ultrapassou os 60%.
“Usinas que tinham dois mil trabalhadores no campo contam, atualmente, com menos de 10% do quadro funcional”, diz Cícero Domingos, secretário de Assalariados da Fetag-AL.
“Diante da crise, as usinas demitiram, deram férias coletivas e colocaram os trabalhadores no seguro FAT. Há casos, onde as demissões foram superiores a 70%”, registra.
Domingos informa que Alagoas conta com um efetivo médio de 55 mil trabalhadores rurais.
As demissões nas usinas, que superam a média histórica, aumentaram diante de um quadro de dificuldades econômicas, agravado pela escassez de chuvas e de falta de crédito no mercado.
Segundo o dirigente sindical, as usinas alegam falta de recursos para manter um número maior de postos de trabalho na entressafra. “Algumas empresas não têm dinheiro para pagar a folha. Houve caso de rescisões de R$ 800 que chegaram a ser dividas em até quatro parcelas. A situação é complicada”, afirmou.
Domingos informou ainda que, para tentar voltar a normalidade, as usinas estão depositando as esperanças na obtenção do empréstimo internacional junto a um banco suíço. “Se este financiamento não sair, algumas empresas terão dificuldades de operar na próxima safra”, reforça.
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EJ
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