Alagoas também corre risco de atrasar salários, diz estudo do economista Raul Velloso

Alagoas também corre risco de atrasar salários, diz estudo do economista Raul Velloso

Os alertas do governo do Estado de que as dificuldades de caixa podem comprometer o pagamento em dia dos salários do funcionalismo nem sempre são levados a sério por lideranças da categoria.

Os argumentos não passariam de desculpas para não dar os reajustes ou atender outras reivindicações dos servidores.

Não é o que mostra estudo de um dos renomados economistas do Brasil, o especialista em contas públicas Raul Velloso, que inclui Alagoas entre os estados que mesmo em dia com a folha de pagamento correm o risco de nos próximos meses entrar para o grupo dos inadimplentes.

Isso porque Alagoas gasta mais de 70% com o pagamento de pessoal e do serviço da dívida. Segundo dados apurados pelo blog, os gastos do Estado (todos os poderes) com pessoal chegam a 63% da RCL. Considerando apenas o Executivo, os gastos com pessoal chegaram a 48,48% da RCL. Já o pagamento da dívida consumiu mais de 13% da RCL.

Num eventual agravamento da crise, Alagoas estaria, portanto, na “fila” para entrar na inadimplência – salvo um controle mais duro dos gastos públicos.

Comprometimento

Em levantamento feito para o Globo e para o Estadão, o economista diz que a maioria dos estados brasileiros fica com os cofres vazios após pagar a folha de pessoal e os juros da dívida com a União.  Hoje, apenas cinco estados gastam menos do que 65% (limite considerado saudável) da Receita Corrente Líquida (RCL) com essas despesas: Amazonas (58%), Amapá (58%), Espírito Santo (65%), Rondônia (61%) e Roraima (60%).

Em média, os governos gastam 75% da receita com pessoal e pagamentos da dívida. “Quem compromete mais que 70% de sua RCL com pessoal e dívida está com graves problemas. A margem para investir fica completamente comprometida e falta dinheiro para áreas essenciais”,  afirma Velloso.

Segundo o estudo, 21 Estados comprometeram mais de 65% das receitas com pessoal e serviço da dívida em 2015. Na liderança, estão Rio de Janeiro (94%); Rio Grande do Sul (91,4%); e Minas Gerais (88,4%). O levantamento foi feito com base nos Relatórios Resumidos de Execução Orçamentária e dados informados pelos Estados.

Segundo Velloso, para um estado ter as finanças equilibradas, ele precisa gastar, pelo menos, 10% de sua receita com investimentos e outros 25% com outras despesas de custeio em educação, saúde e segurança. Nessa conta, sobrariam 65% para comprometer com pessoal e serviço da dívida.

Nos links a seguir, mais dados sobre os estudos de Velloso:

http://www.gazetadopovo.com.br/economia/atraso-no-pagamento-de-salarios-afeta-15-milhao-de-servidores-em-11-estados-emrinmths9qijfcqw05xnn7ij

http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,gastos-com-pessoal-extrapolam-limite,10000048269

http://www.apeop.org.br/apeop/noticia/economia-647/estados-fora-dos-limites-535

EJ

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Redação

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