ALE quer aumentar duodécimo para “devolver” IR ao Executivo, mas RF não cede

ALE quer aumentar duodécimo para “devolver” IR ao Executivo, mas RF não cede

Não é segredo para ninguém. A mesa diretora da Assembleia Legislativa continua defendendo o aumento de R$ 20 milhões no duodécimo do Poder Legislativo em 2016, que passaria de R$ 189 milhões previstos na proposta do Orçamento para R$ 209 milhões.

Os deputados estão usando um forte argumento para tentar convencer Renan Filho e a equipe econômica do governo: os R$ 20 milhões a mais seriam devolvidos ao Estado na forma de Imposto de Renda descontado dos servidores.

A prática de retenção do IR é antiga no Legislativo. Como se sabe, a ALE não devolveu o IR no ano passado e contava com o aumento do duodécimo para fazer a devolução este ano, em função de determinação judicial.

O governador, pelo que se sabe, diz aos deputado que se o governo der um reajuste maior para a ALE, não terá como negar o mesmo tratamento para os outros poderes.

MP, TJ, TC e Defensoria não estão nada satisfeitos com o reajuste linear proposto pelo governo em 2016 – de 3,45%. Todos os poderes prevêem um aumento de despesas maiores do que o aumento do duodécimo.

A todos eles, Renan Filho dá o mesmo conselho: façam o que eu faço. Ou seja, o governador quer dividir o ônus da crise com os outros poderes.

Em entrevista, ontem pela manhã, Renan Filho falou sobre o impasse com os outros poderes em torno do duodécimo. Na prática, ele disse que todos devem enfrentar, juntos, as dificuldades – diferente de 2015, quando o Executivo deu reajuste de 5% para os servidores, enquanto nos outros poderes o aumento passou de 10%. Isso sem falar os auxílios-qualquer-coisa como bem definiu outro dia Adriano Soares.

Na carne

A mesa diretora da ALE já estudava cortar de despesas, em função das dificuldades na arrecadação do Estado, mesmo com a possibilidade de aumento do duodécimo para R$ 209 milhões.

O ano não será fácil para Luiz Dantas e companhia. Além da devolução do IR, que representa mais de R$ 20 milhões, já determinada pelo TJ, a mesa da ALE enfrenta outra bronca. A Justiça também mandou que o Legislativo reajuste em 15% os salários dos seus servidores.

Para cumprir essas determinações, só restará como opção o corte de comissionados e a redução das verbas de gabinetes. Não será fácil, mesmo, convencer os deputados ao “sacrifício”, ainda mais num alo eleitoral.

EJ

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Redação

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