Empreendedores moveleiros alcançam evolução em 10 anos de participação no APL

Empreendedores moveleiros alcançam evolução em 10 anos de participação no APL

Nem todo início de um empreendimento é fácil. Uma pesquisa do IBGE, divulgada no mês de setembro, apontou que mais da metade das empresas fecham as portas após quatro anos de atividade. Os números revelam grandes obstáculos, mas Lourival Pereira e seus irmãos, empresários atendidos pelo Arranjo Produtivo Local (APL) Móveis no Agreste, estão no mercado há 10 anos e comemoram os bons números.

Os irmãos começaram em 2005, quando decidiram ter o próprio negócio. Entretanto, a vontade não bastaria para alcançar o objetivo maior, então decidiram pedir dinheiro emprestado. O primeiro espaço ocupado pelos empreendedores foi uma loja no centro da cidade de Palmeira dos Índios. O local era tão pequeno que tinham que cortar a madeira do lado de fora, na calçada.

“Começamos pequenos, nem transporte a gente tinha, carregávamos os produtos em um carrinho de mão. Sem capital de giro, sem nada, só não desistimos porque somos teimosos. Uma coisa boa é que a gente também não dependia de ninguém, tudo entre irmãos, quando precisa de uma força, o outro dá, ” relata Lourival Pereira.

Hoje a empresa é voltada exclusivamente para a produção de móveis rústicos com a madeira da Jaqueira. O que antes era feito com o MDF, um material composto por fibras de madeira e resinas e com baixa durabilidade para ambientes externos, deu vez a produtos com mais resistência e diferencial competitivo.

APL Móveis no Agreste

No difícil caminho trilhado pelos empreendedores, o APL Móveis no Agreste exerceu papel fundamental para o crescimento e estruturação da empresa dos irmãos. Com ações voltadas principalmente a capacitar e qualificar o trabalho realizado pelos moveleiros, o grupo tem transformado a realidade de muitos empreendedores no Agreste do estado.

“A gente passou por muito sufoco desde o começo. Depois, com o apoio do APL, fomos entrando nos cursos, palestras, consultorias de design, fomos criando mais espírito de negócio, foi bacana. Foi e está sendo. Até quando o APL existir, estaremos no meio”, enfatiza Lourival Pereira.

Ainda de acordo com o empreendedor, o APL colaborou para que a empresa seguisse um planejamento e organizasse o fluxo de trabalho. “Nós nunca tivemos planejamento. Hoje fazemos planejamento, o que entra, o que sai, para saber o preço de venda. O prazo de entrega mudou, demorava muito, porque quando a gente começou não tinha capital de giro. Na verdade, estávamos pagando o empréstimo, nem tinha como conseguir material. Hoje está tudo mais fácil, temos material guardado, capital de giro da empresa mesmo. O que precisa, é só pegar. Aí fica mais fácil”, completa.

As capacitações do APL também renderam uma motivação a mais para Lourival, que projetou uma máquina para auxiliar o processo de produção. Com o equipamento, ele conseguiu facilitar o corte e o lixamento da madeira extraída da Jaqueira. Assim, ainda economizou na compra de um aparelho com as mesmas funções.

Reconhecimento

A fama dos móveis feitos com a Jaqueira se espalhou por Alagoas, em uma feira realizada na cidade de Arapiraca. Foi só montar uma mesa, que logo houve o arremate. À noite, os irmãos levaram para a cidade de Penedo, a 70km de distância. A peça ia fazer parte da decoração externa de uma casa no município as margens do Rio São Francisco.

A participação dos moveleiros da região em feiras surgiu da iniciativa dos irmãos, que decidiram montar uma tenda na feira de Palmeira dos Índios. Os bons resultados, não só relacionados às vendas, como o reconhecimento, estimularam outros empreendedores a fazer o mesmo. Atualmente, quando vai ocorrer algum evento do tipo, todos participam.

Lourival diz que a empresa começou a realmente dar lucro em 2008. “Demos entrada no nosso terreno em 2010. Compramos parcelado, dois anos, mas já está tudo quitado. Não devemos nada a ninguém. Primeiro tínhamos uma coberta de três metros, já puxamos mais seis. Agora estamos construindo um espaço para armazenar e guardar os produtos dos clientes. Queremos fazer uma loja aqui”, conta.

O poder aquisitivo na família Pereira também aumentou. Cada um dos irmãos adquiriu casa própria e todos já ajudam os pais, que são agricultores aposentados. Mas ele alerta, não dá tudo nas mãos. “Meus pais queriam comprar um carro, eles deram um pedaço do valor, nós demos outros, tem que dividir”, brinca.

O Arranjo Produtivo Local (APL) Móveis no Agreste integra o Programa de Arranjos Produtivos Locais (PAPL) coordenado pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo em parceria com o Sebrae/AL. O projeto atende a 18 grupos diferentes divididos em três setores: Serviços, Indústria e Agronegócio.

Agência Alagoas

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