Nascentes recuperadas pela Semarh levam água para comunidades distantes

Para a população, água representa desenvolvimento social e econômico, fortalece a irrigação e com a agricultura
Nascentes recuperadas pela Semarh levam água para comunidades distantes

Os trabalhos de recuperação de 21 nascentes foram iniciados em março deste ano pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) e beneficiam os moradores das regiões distantes do centro da cidade. Empecilhos como estradas de areia, locais de difícil acesso e locomoção não foram suficientes para impedir de levar água para 150 famílias residentes nos povoados Lava Pés, Jardins, Caldeirão, Caruru e Espalhados, localizados no município de São José da Laje, região da zona da mata alagoana.

Para os moradores, ter água potável próximo de suas casas era uma necessidade distante, já que o líquido não era próprio para consumo e com tonalidade barrenta. Some-se a isso, a longa caminhada para outras regiões em busca de um recurso hídrico essencial para o desenvolvimento social e econômico das famílias.

A constatação pode ser observada nas palavras da dona de casa Maria Cristina Nunes de Oliveira (45) e do agricultor Manoel Ferreira (55), residentes do povoado Caldeirão há 15 anos. Ambos vivenciam uma nova fase na localidade. A nascente foi restaurada e contribui efetivamente com 40 famílias que precisam da água para o plantio e uso doméstico.

“Antes de a nascente ter sido recuperada aqui, em Caldeirão, as mulheres precisavam descer até o açude para lavar roupas e outros utensílios domésticos. A água era completamente inapropriada para o uso, porém, não tínhamos outra escolha. Descíamos uma ladeira com os montantes de roupas em carros de mão e na cabeça. Quando chovia, o esforço era dobrado e ainda mais complicado. Desde que a nascente foi recuperada, temos água na porta de casa e ainda uma lavanderia comunitária, evitando assim que desçamos até o açude para lavar roupas”, citou Maria Cristina.

Além de ampliar o fornecimento de água para os moradores, o líquido que, em tese, seria inutilizável após os tratos domésticos na lavanderia, passa por um filtro natural com areia e pedras britas para ser direcionado ao plantio feito nas roças, a exemplo de macaxeira, batata, inhame e laranja.

“Ter acesso à água limpa representa uma melhora de 100% para quem sobrevive da agricultura. Estamos sempre nos ajudando no plantio e na colheita e não precisamos esperar o inverno para que a plantação receba água. O governo foi muito feliz na ideia de implantar uma lavanderia comunitária, facilitando a vida das donas de casa e de quem continua investindo na agricultura”, explicou o Manoel Ferreira, que junto à dona Maria Cristina vivenciou situações precárias sem água potável e apta ao consumo humano.

Também no povoado Caldeirão, a pouco mais de 10 km de São José da Laje, reside João Souza Vasconcelos (54), casado com Vera Lúcia Soares (51). Há quinze anos, buscar água era sinônimo de dificuldade. Era preciso descer uma serra e trazer o recurso em recipientes pendurados em um burro. Com o Programa de Recuperação de Nascentes desenvolvido pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, a água está à disposição no quintal de casa.

“Tínhamos muitos problemas com a falta de água. O acesso era muito precário. A água era suja e barrenta. Quando sabíamos da existência de uma água boa na região, logo desanimávamos porque era difícil de locomover-se até lá para buscá-la. Graças à ação do Governo do Estado, a recuperação de uma nascente tem nos ajudado bastante. Temos água para beber, para nos amparar em diversas circunstâncias”, lembra o agricultor João Souza.

A residência chefiada por dona Vera Lúcia é bem organizada em decorrência desta acessibilidade direta à água. Em um passado recente, era preciso cuidado redobrado ao lavar pratos, roupas e manter o local limpo e higienizado com um líquido inapto ao uso doméstico.

Acompanhamento

Diante de uma série de dificuldades para levar água a regiões distantes dos centros municipais, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos encontra apoio junto à população. É o caso de Antônio Carlos da Silva (37), agricultor, que acompanha de perto as ações desempenhadas pelo Programa Recuperação de Nascentes, em São José da Laje.

Antônio tem sido um braço direito para conscientizar os moradores sobre a necessidade de manter as nascentes preservadas, além de contribuir com os trabalhos consolidados pelo Governo de Alagoas nos povoados do município. A recompensa, segundo o agricultor, chega quando a água limpa e própria para o consumo humano é de fácil acesso nas residências.

Às margens do Rio Canhoto

Sete famílias residem na Comunidade de Espalhado, às margens do Rio Canhoto, que corta o município de São José da Laje. Água em abundância corre diariamente diante dos olhos dos moradores, no entanto, o receio de ser contaminada com alguma doença, exigia mais cautela.

Os moradores poderiam contar com a água do Rio Canhoto apenas para lavar roupas e regar o plantio. A constatação de uma nascente no povoado mudou a realidade local. O trabalho de recuperação foi realizado e água passou a ser essencial para o desenvolvimento social e econômico. Sinésio de Oliveira (52) é agricultor e graças ao bombeamento das águas da nascente para irrigação, consegue vender feijão, inhame, milho e macaxeira na feira livre de São José da Laje. A ação da Semarh em revitalizar o corpo d´água elevou as chances de Sinésio continuar contribuindo com agricultura no estado.

“Quando a Secretaria de Meio Ambiente nos informou que revitalizaria esta nascente, recebemos a notícia com animação. No dia seguinte, a encanação, a caixa de água e diversos equipamentos foram trazidos pelo governo. Atuamos em conjunto para recuperar a nascente que tem sido essencial para irrigação e consumo humano. Água potável para nós que vivemos da agricultura é sinônimo manter a nossa economia em atividade”, explicou Sinésio de Oliveira ao mostrar o funcionamento da irrigação com a água da nascente.

Do outro lado da comunidade Espalhado, nas proximidades do Rio Caruru, vive Rubens Fábio Silva (39). Sua função, como as demais na região, é voltada para a agricultura familiar. A 400 metros de sua residência existe uma nascente, plenamente recuperada pela Semarh. A distância não foi obstáculo para implantar uma caixa de água no quintal de sua residência. Seu próximo passo é viabilizar a encanação para que o fornecimento de água seja ampliado em sua residência e seus vizinhos. Segundo o agricultor, o programa de recuperação desenvolvido pela Semarh possibilitou muitas mudanças, a principal delas, a cor da água, que passou de barrenta à incolor e apta ao consumo humano.


Ascom Semarh

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