HGE é o maior fornecedor de órgãos para transplantes em Alagoas

Organização atua no hospital para descobrir e acompanhar pacientes com risco de morte encefálica
HGE é o maior fornecedor de órgãos para transplantes em Alagoas

Coração, pulmão, fígado, pâncreas, intestino, rins, córneas, veias, ossos e tendões podem ser doados por pacientes em morte encefálica, mediante autorização da família ou documento por escrito deixado pelo falecido. A informação foi destacada durante palestra realizada no Hospital Geral do Estado (HGE) pelo coordenador da Organização de Procura de Órgãos e Tecidos (OPO), José Gonçalo da Silva Filho. “Nós somos o hospital que mais fornece órgãos para transplantes em Alagoas”, revelou.

A organização é composta por três médicos (sendo um o coordenador) e sete enfermeiros (com um deles também como o coordenador). A função dessa equipe é descobrir quem são os pacientes em risco de sofrer morte encefálica, para que se evite uma parada cardíaca. “A equipe de enfermagem pergunta se tem algum paciente com provável morte encefálica. Caso exista, exames são realizados e a família é consultada, após estarem informadas sobre o diagnóstico, a fim de saber se permitem a doação dos órgãos”, explicou o coordenador.

Durante o acompanhamento, o neurocirurgião e o médico intensivista devem realizar os seguintes exames para descobrir se o paciente identificado pelos enfermeiros continua respondendo aos estímulos nervosos: estímulos dolorosos na região supraorbitária (acima dos olhos) ou leito ungueal (abaixo das unhas); reflexo óculo-motor, para descobrir se a pupila dilata-se com a luz; reflexo córneo-palpebral, confere se o paciente continua a piscar os olhos após estímulo da córnea.

Outro é o de reflexo óculo-cefálico, em qual observa se olhos se movem para a esquerda quando move-se a cabeça para a direita, e vice-versa; reflexo óculo-vestibular, é aplicado com o auxílio de uma seringa soro gelado nos dois ouvidos paciente para provocar uma reação nos olhos; reflexo da tosse, mexe-se no tubo endotraqueal para provocar a tosse; e o teste de apneia que objetiva determinar se o paciente apresenta o trato respiratório intrínseco funcional.

“Se após a realização de todos esses exames, incluindo o Doopler Trans Craniano que investiga se existe fluxo sanguíneo no cérebro nenhuma reação acontecer, nós diagnosticamos a morte cerebral do paciente. Então oferecemos à família a oportunidade de ajudar outros doentes a recuperarem a saúde. Se aceita, nós realizamos exames para descobrir se a patologia permite e comunicamos a Central de Transplantes, que nos informará os órgãos requisitados em Alagoas e posteriormente no Brasil. Caso não queiram a doação, a internação permanece até o coração parar de bater”, pontuou José Gonçalo.

UE do Agreste é a segunda fornecedora de órgãos para transplantes

O coordenador da Procura de Órgãos revela que a Unidade de Emergência do Agreste é o segundo hospital que no ranking estadual dos que mais fornecem órgãos para doação de sangue, devido ao elevado número de motociclistas acidentados. “O Protocolo de Assistência e Diagnóstico Morte Encefálica existe em quase todos os Estados do país, baseados na Resolução Nº 2600 do Ministério da Saúde, que regula todo o sistema nacional de transplantes”, ressaltou.

Em Maceió, além do HGE, apenas outros dois hospitais contam com uma Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT): o Hospital Sanatório e a Santa Casa de Misericórdia de Maceió. “Estamos implantando agora a Comissão no Hospital do Açúcar, Hospital Unimed e Hospital Memorial Arthur Ramos.”, completou José Gonçalo.

Durante a palestra, os enfermeiros e os médicos foram esclarecidos sobre o acompanhamento aos pacientes com morte encefálica até a entrega ao anestesista. “Deve-se observar todos os exames, manter a temperatura do corpo acima dos 35° e deixar a cabeceira entre 30° e 40°. O objetivo é não deixar o coração parar de bater até o momento da retirada dos órgãos”, enfatizou o coordenador.


Agência Alagoas

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