Alagoas possui fauna e flora marinha ricas e distribuídas nos 229 quilômetros de extensão da sua costa. Uma das ações realizadas pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA) para a preservação dessa biodiversidade é a reativação da coleção de algas, através de um projeto específico na Piscina do Amor, realizado pelo Herbário MAC. A terceira incursão para coletas de amostras será realizada no próximo sábado, dia 26.
A coleção foi iniciada em 1981 e até o ano de 1988 haviam sido recolhidas 700 amostras de 71 espécies, em 14 praias. Depois disso, a coleção ficou parada.
“A reativação teve início com a organização, cadastramento e catalogação das amostras que estavam guardadas. Em seguida escrevemos um artigo que será publicado em uma revista científica que o IMA está preparando para ser lançada, depois iniciamos as coletas do projeto de levantamento da ficoclora marinha da Piscina do Amor”, explicou Rosângela Lemos, curadora do Herbário MAC.
A curadora informou ainda que uma das ações da reativação é a formalização de uma parceria com o curso de Biologia da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), através do setor de botânica, especificamente com o laboratório de ficologia.
Durante a organização da coleção que estava parada, foram identificadas oito espécies que ainda não eram referidas para Alagoas, em registros especializados, tais como a Cryptonemia limensis e a Cladophora coelathrix.
Entre as novas espécies encontradas nas duas primeiras incursões realizadas na Piscina do Amor e que estão em fase de identificação, é “possível que também sejam identificados casos semelhantes, porque ainda não existem coleções de macroalgas significativas no estado”, comentou Victor Andrei, estudante de Biologia que faz estágio no Herbário, na coleção de algas.
A Piscina do Amor, localizada na enseada da Pajuçara, foi escolhida como ponto de partida por servir de refúgio para diversas espécies. Além de ser considerada uma zona de exclusão, desde junho desse ano, quando o Conselho Estadual de Proteção Ambiental (Cepram) publicou uma Resolução restringindo o acesso e diversos tipos de usos.
O levantamento das espécies de algas existentes no local servirá também para consolidar e ampliar o monitoramento e os estudos realizados na área de 42 hectares.
As amostras coletadas são levadas para o IMA, onde são lavadas com água corrente, separadas, identificadas, secas e catalogadas para depois serem inseridas na coleção que fica separada em armários de aço em local com temperatura constante, para evitar contaminação por fungos.
O Herbário MAC é um dos principais centros ativos de pesquisa de Alagoas. Com mais de 60 mil espécies da flora alagoana identificadas, catalogadas e armazenadas. O local é reconhecido como fiel depositário das espécies encontradas no estado e serve como referência para estudantes, pesquisadores e projetos de reflorestamento.
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Ascom IMA
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