Num Brasil em que nem todos são iguais perante a lei, algumas categorias de servidores públicos tem que ter “jogo de cintura” para defender seus interesses – e salários, especialmente funcionários que estão na elite do serviço público.
Do ponto de vista da formação e das responsabilidades procuradores de estado, promotores e juízes e tem “peso” semelhantes a delegados e fiscais de tributos. Mas quando o assunto é o salário, os dois blocos se dividem em grupos bem distintos. Uns tem salários vinculados ao teto de ministro do STF e ganham até R$ 28 mil.
Os outros tem seus salários vinculados ao vencimento do chefe do executivo e o vencimento pode ser, no máximo, de R$ 22 mil, o salário do governador de Alagoas. Atualmente, os salários dessas categorias variam entre R$ 18 mil e R$ 22 mil.
Como resolver essa diferença? A única alternativa é aumentar o salário do governador. Talvez por isso delegados da Polícia Civil e fiscais da Secretaria da Fazenda tenham, ainda que ‘discretamente’, iniciado uma campanha para melhorar seus salários.
Os delegados e fiscais também querem ter direito a um reajuste, assim como tiveram, desde o início do ano, seus “colegas” do judiciário. Mas para isso dependem da aprovação de projeto de lei aumentando o salário do governador do Estado, teto constitucional da categoria.
O presidente da Assembleia Legislativa, Luiz Dantas, tem recebido visitas cada vez mais constantes de líderes das duas categorias. Nessa caso, é importante ressaltar, o projeto de lei pode ser de iniciativa do Legislativo.
Uma fonte me assegura que Luiz Dantas tem resistido aos “apelos”, mas não se sabe até quando vai continuar firme.
O governador, é claro, já avisou a Luiz Dantas e a sua bancada na ALE que não quer o aumento, por conta das dificuldades financeiras do Estado.
No ano passado, Téo Vilela também tentou resistir a movimento parecido – em vão.
Delegados e fiscais tem um grande peso no serviço público e são muito influentes entre políticos. Será difícil dizer não indefinidamente.
EJ