Estudos apontam melhores variedades de milho e soja para AL

Estudos apontam melhores variedades de milho e soja para AL

Cerca de 300 produtores rurais de Alagoas puderam conhecer de perto os primeiros resultados dos estudos realizados pela Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária, Pesca e Aquicultura (Seagri), em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), sobre as variedades mais indicadas para plantio de milho e soja no Estado.

Dentro do Programa Estadual de Incentivo à Produção de Grãos, as duas culturas são apontadas como melhores alternativas para diversificação da produção no contexto da crise do setor sucroenergético.

Na última terça (8) e quarta-feira (9), os produtores participaram de dois Dias de Campo, em Capela e São Miguel dos Campos, para ouvir as orientações de técnicos e de empresas fornecedoras de sementes sobre a adaptação dessas duas culturas.

Na unidade de pesquisa de Capela, instalada na Fazenda Nova, de propriedade do empresário Luciano Moreira, o grupo pôde verificar o desempenho de 27 variedades de milho de ciclo e genética diferenciada, destinados à produção de grãos e silagem.

“Temos aqui variedades de milho com ciclos entre 105 e 120 dias, alguns mais resistentes a pragas e outros com maior resistência à escassez de água. Todos tiveram o mesmo tratamento e passaram pelas mesmas condições climáticas, então, o produtor pode verificar qual dessas variedades está mais adaptada para a sua propriedade. Alagoas produziu cerca de 27 mil toneladas de milho em 2014 e, segundo o IBGE, temos uma demanda de 580 mil toneladas por ano. Ou seja, existe um mercado grande e isso está atraindo o produtor que está sofrendo com a crise da cana”, explicou o secretário de Estado da Agricultura, Álvaro Vasconcelos.

De acordo com o presidente da Cooperativa dos Produtores Rurais do Vale de Satuba (Coopvale), Túlio Acioly, a cultura do milho votou a receber atenção dos empresários a partir do início do Programa de Grãos, ainda em janeiro deste ano.

“Eu já havia plantado milho no passado, mas havia deixado para concentrar o investimento na cana-de-açúcar. Mas, com as dificuldades que a cana tem enfrentado, no ano que vem, devo destinar uma boa parte da minha propriedade para o plantio de grãos. Aqui em Capela, os produtores puderam ver que existe um grande mercado para o milho em Alagoas”, avaliou.

Soja

Em parceria com a Embrapa, a Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária, Pesca e Aquicultura promoveu na quarta-feira (9) um Dia de Campo na propriedade do empresário Edilson Maia em São Miguel dos Campos, onde foram plantadas 48 variedades de soja em uma área de aproximadamente 30 hectares. Na avaliação do empresário, o plantio da soja em Alagoas é economicamente viável, trazendo ainda benefícios para a cana-de-açúcar a partir da renovação do solo.

“ Eu plantava soja há 20 anos, mas acabei priorizando a cana. A soja está voltando a Alagoas, mas não para competir com a cana, não para tirar espaço, mas para somar. Acredito que o único caminho para aumentar o volume e a produtividade da cana em Alagoas seja o rodízio do plantio com o milho e a soja. Não tenho dúvidas de que a soja chegou para dar uma grande contribuição para o agronegócio no Estado”, disse Maia.

Atualmente, o cultivo da soja ocupa uma área de 400 hectares, principalmente nos municípios de São Miguel dos Campos, Campo Alegre, Teotônio Vilela, Junqueiro e Porto Calvo. De acordo com o pesquisador da Embrapa Tabuleiros Costeiros, Antônio Dias Santiago, os experimentos apontam uma boa produtividade de soja nessas regiões, até maior que a média nacional.

“Nossa preocupação é apontar soluções para diversificar a agricultura em Alagoas. A diversificação é a chave da sustentabilidade das lavouras. Como a soja é uma leguminosa, ela favorece a cana se plantada em consórcio, pois seu resto cultural serve de adubação orgânica substituindo parte do fertilizante nitrogenado usado na cana”, disse o pesquisador.

Para o secretário de Estado da Agricultura, Álvaro Vasconcelos, a diversificação da produção rural em Alagoas representa a garantia de superação da atual crise econômica vivenciada pelo Estado.

“Queremos a diversificação, não a substituição da cultura da cana, que continua tendo importância fundamental para o Estado. Com o milho, temos a possibilidade de atender a um mercado extenso. Nossa intenção é produzir este pelo menos o dobro ou o triplo do que foi produzido na safra passada, e aumentar gradualmente esse volume até sermos autossuficientes e podermos vender para outros estados”, disse o secretário.

“Na cultura da soja, termos a possibilidade de desenvolvimento, no Estado, de um polo de produção de sementes para outras regiões do Brasil. Já temos algumas distribuidoras em Alagoas, mas precisamos incentivar a produção, como estamos fazendo agora. Ainda este mês, promoveremos outros Dias de Campo para apresentar novos experimentos em outras culturas”, concluiu Vasconcelos.

Estiveram presentes nos Dias de Campo de Capela e São Miguel dos Campos o presidente da Emater/AL, Carlos Dias, o chefe-geral da Embrapa Tabuleiros Costeiros, Manoel Moacir de Macedo, o superintendente da Conab Elizeu Rêgo, o superintendente do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Alay Correia, o deputado Bruno Toledo, representantes do Banco do Nordeste, Banco do Brasil, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), montadoras de equipamentos e implementos agrícolas, fornecedores de adubos e defensivos e produtores de sementes.

Agência Alagoas

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