Descontada a inflação, varejo avançou 2,7% em 2013

Descontada a inflação, varejo avançou 2,7% em 2013

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (14) a Pesquisa Anual de Comércio (PAC) relativa ao ano de 2013, com avaliação dos segmentos de varejo, atacado e comércio automotivo. O levantamento aponta que, entre 2007 e 2012, por exemplo, as vendas do varejo ampliado cresceram a uma média anual de 8,5% ao ano. Em 2013, o setor já acusava os primeiros sinais das dificuldades que estavam por vir nos meses seguintes, registrando alta de 3,6% no volume de vendas, ou seja, metade dos +8,0% registrados no ano anterior, sugerindo, assim, o fim de um longo ciclo de crescimento da atividade comercial.

A PAC confirma que, pelo menos do ponto de vista da receita bruta de revenda, o ano de 2013 foi, de fato, o mais fraco desde 2007 não apenas para o varejo, mas para todo o comércio. Descontada a inflação, naquele ano, o volume de vendas do varejo ampliado e do atacado avançou 2,7% em termos reais – a menor taxa anual do período analisado.

Considerando-se a receita operacional líquida, ou seja, aquela derivada exclusivamente da venda de mercadorias, houve um avanço nominal de 122,1% entre 2007 e 2013. O grande destaque entre os subsetores avaliados foi o varejo, com alta de 139,5%. Em seguida, vieram o atacado (+118,5%) e comércio automotivo (+87,8%).

Mão de obra ​

Embora o comércio varejista respondesse por 73,5% do pessoal ocupado na atividade comercial no ano de 2013, o maior avanço da força de trabalho subsetorial entre 2007 e 2013 se deu no atacado (+41,8%). Na média, a ocupação de todo o setor mercantil avançou 37,8% no período. Em 2013, 10,4 milhões de pessoas trabalhavam formalmente em alguma atividade comercial. “Esse aumento no quadro de funcionários, naturalmente, pressionou os gastos com pessoal no comércio atacadista, apurando-se, nesse subsetor, um avanço de 145,9% no período, contra 143,4% da média do comércio brasileiro”, afirma Fabio Bentes, economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

A PAC identificou ainda 1,74 milhão de empresas comerciais ativas no País, das quais, 79,7% ou 1,4 milhão foram classificadas como comércio varejista. Novamente, o segmento atacadista apresentou o maior avanço no número de empresas desde 2007 (+38,9%, contra +24,1% da média do setor).

A remuneração média mais elevada encontrava-se no atacado (R$2.081,38), seguida pelo comércio automotivo (R$1.592,40) e finalmente, pelo varejo (R$1.138,47). No entanto, houve redução no diferencial salarial entre atacado e varejo. Em 2007, o salário médio no setor atacadista era 86,1% maior que no varejo, ao passo que, seis anos depois, essa diferença caiu para 82,8%.

Ganhos de produtividade

O cruzamento das principais informações disponibilizadas pela PAC 2013 permitiu à CNC identificar os ganhos de produtividade do trabalho e das empresas. Entre os trabalhadores, a relação valor adicionado real/pessoal ocupado avançou 29,2% em sete anos, com destaque para o varejo (+36,8%). Já a produtividade das empresas medida através da relação valor adicionado/nº de estabelecimentos, cresceu 43,5% também em termos reais, sobressaindo-se, novamente o subsetor varejista (+53,8%).

“As evoluções das principais variáveis do comércio analisadas segundo portes de estabelecimentos evidenciam uma maior concentração do setor”, afirma Fabio Bentes. Segundo ele, a receita operacional líquida cresceu de forma mais acentuada nos estabelecimentos que ocupavam cem ou mais pessoas (+131,2%). Nos micros e pequenos estabelecimentos (aqueles que ocupavam até 49 pessoas), houve avanço de 116,0%, ao passo que, as unidades de médio porte perceberam variação de 101,5% nas receitas derivadas diretamente das vendas. Em 2013, os grandes estabelecimentos comerciais respondiam por mais da metade (51,7%) da receita operacional do setor (em 2007, essa parcela correspondia a 49,7%).

Os micros e pequenos estabelecimentos, por sua vez, se destacam em termos de ganho na produtividade do trabalho (+33,3%, contra +16,1% dos grandes e +17,1% dos médios). Igualmente, entre 2007 e 2013, a produtividade das unidades comerciais avançou de forma mais significativa entre os pequenos estabelecimentos (+95,1%) do que entre as unidades comerciais médias (+61,4%) e grandes (+53,9%).

Fonte: CNC e IBGE

 

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Redação

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