Já disse aqui outro dia e repito: na matemática do serviço público nem sempre 2 mais 2 é igual a quatro. A essa altura, acredite, ninguém sabe qual será o impacto real dos reajustes que vem sendo concedidos aos servidores do estado. Ninguém. Nem mesmo os secretários da Fazenda (George Santoro) e do Planejamento e Gestão (Christian Teixeira).
O que eles, os secretários e técnicos conseguem fazer é estimativas, que nem sempre se confirmam. É com base nesses “estudos” que estou procurando saber quanto é e quanto será a folha de pagamento do estado em 2015 para entender porque o governo de Renan Filho “embirrou” nos 5% para os servidores.
Christian Teixeira insiste que o governo não tem mais o que oferecer ao servidor. E explica porque: “Na verdade se fala muito em 5%, mas este ano a folha do Estado vai aumentar mais de 9%”, aponta.
E como 5% vira 9%? Segundo o secretário, por conta do crescimento vegetativo da folha (progressão salarial, tempo de serviço), de ações judiciais e dos reajustes diferenciados já concedidos a militares e professores e da implantação de benefícios para algumas categorias.
Christian Teixeira lembra que o governo de Renan Filho ‘herdou’ uma folha mensal de R$ 243 milhões, em valores de janeiro deste ano. Até julho, sem a implantação do reajuste geral dos servidores, a folha que foi de cerca de R$ 254 milhões teria crescido quase 5%.
“A tendência, com os reajustes, incluindo os retroativos, é que ela passe com folga dos R$ 260 milhões antes do final do ano”, resume.
Se o crescimento da folha chegar de fato aos 9%, o governo terá realmente dificuldades para honrar seus compromissos. Isso porque a receita do estado está crescendo abaixo da inflação. No acumulado, ICMS e FPE estão abaixo dos 8% no ano.
EJ
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