Especialistas estimam que adubo pode ficar 5% mais caro

Especialistas estimam que adubo pode ficar 5% mais caro

As entregas de fertilizantes ao produtor estão mais lentas. Segundo a Associação Nacional para a Difusão de Adubos (ANDA), houve redução de 12% nos primeiros cinco meses do ano em relação ao mesmo período de 2014. Em maio, foram entregues pouco mais de 2,6 milhões de toneladas, 21,4% a menos do que no ano passado. Para o presidente da Associação dos Misturadores de Adubo (AMA), o problema vai além da alta do dólar. Ele acredita que a demora na obtenção de crédito contribui para o cenário.

– Praticamente não houve pré-custeio. O agricultor, embora esteja numa situação econômica boa, aplica [fertilizantes], então ele está com o dinheiro dele – afirma o diretor-executivo da AMA, Carlos Florence.

O Brasil importa montanhas de fertilizantes: 80% do que é usado aqui vem de fora. A demora na encomenda do adubo pode significar acúmulo de produto no porto nos próximos meses, risco de atraso nas entregas e aumento do custo.

– O Brasil consome hoje um volume de 32 milhões de toneladas, e a logística é mais ou menos próxima a quando você importava 10 milhões de toneladas, há 10 anos. Se todo mundo deixar para a última hora, vai ter gargalo – acrescenta Florence.

Para a analista de mercado Mony Belon, o volume das importações deve ficar bem perto da capacidade dos portos.

– Entre julho e setembro, será preciso importar 10 milhões de toneladas de fertilizantes para serem aplicados na safra de verão. Isso fica muito próximo da capacidade máxima dos portos, que foi estimada em 10,8 milhões de toneladas. Pode gerar filas nos portos e problemas para escoar esse produto para o interior do Brasil – reforça a analista.
O atraso também deve refletir no preço. A expectativa é de aumento de 5% no valor do adubo. Além disso, é preciso considerar também a tendência de alta do dólar. De acordo com a analista, pode ser que o produtor de soja utilize menos fertilizantes nesta temporada.

– A gente está um pouco longe do pico das aplicações, e se esse comportamento for mantido, haverá um consumo menor.
Acreditamos que pode ter até 5% de queda em relação ao que foi registrado em 2014 – informa Mony Belon.

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Redação

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