Governo abre diálogo com movimentos sociais da terra

Renan Filho destacou, neste primeiro encontro, a necessidade de união para o desenvolvimento de Alagoas
Governo abre diálogo com movimentos sociais da terra

O governador Renan Filho abriu, nesta quinta-feira (12), as portas do centenário Palácio Floriano Peixoto para conversar com representantes dos movimentos sociais que atuam pela reforma agrária no Estado. Essa foi a primeira reunião oficial do atual chefe do Executivo com os militantes do campo. Em pauta, as demandas dos movimentos, mas principalmente o acordo pelo diálogo.

Renan Filho fez questão de ouvir cada uma das lideranças dos quatro grupos presentes. “Vamos conhecer as demandas, saber os compromissos que o governo de Alagoas tinha com os movimentos (cumpridos ou não), vamos ouvi-los hoje. Essa reunião é muito mais para o governo ouvir do que falar”, disse na abertura.

Em seguida, a palavra foi passada aos representantes dos grupos. Num ponto, o discurso foi uníssono: os movimentos não querem mais ser vistos como fonte exclusiva de demandas. A proposta é que assumam o papel, para governo e sociedade, de agentes políticos e de desenvolvimento econômico.

O coordenador da Comissão Pastoral da Terra (CPT) em Alagoas, José Carlos da Silva Lima, tratou sobre essa nova postura. “É necessário que o Estado perceba que nós somos um agente político e econômico. Hoje, nós temos em torno de 100 mil hectares de terra no estado de Alagoas, com uma quantidade significativa de famílias assentadas. É preciso que essas áreas reformadas deem uma resposta à sociedade”, revelou.

No entanto, de acordo com José Carlos Lima, é preciso avançar sobre obstáculos. “Temos entraves, como a falta de energia. Por isso, estivemos ontem na Eletrobras. Maquinários simples, peças de irrigação, não funcionam porque a energia não chega no assentamento”, pontuou.

Para destravar problemas como esse, deve entrar em ação o Comitê de Mediação de Conflitos Agrários – encarregado do acompanhamento e gerenciamento das questões do campo. Os novos integrantes foram designados nessa quarta (11), em publicação do Diário Oficial. O grupo será coordenado pelo secretário-chefe do Gabinete Civil, Fábio Farias, que esteve presente à reunião.

Fábio Farias colocou-se à disposição dos movimentos sociais, repassando inclusive seus contatos diretos. “O Gabinete Civil vai funcionar como um facilitador de todas as demandas que vocês venham trazer ao governo, não só com as secretarias, mas com as demais instituições – Judiciário, Ministério Público, governo federal”, declarou.

Com direito à voz, além da CPT, manifestaram-se o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) – por meio dos representantes Débora Nunes e José Roberto da Silva, este coordenador; o Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL), com Rafael Simão Carlos; e o Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), através do líder Josival dos Santos Oliveira. Todos esses grupos fazem parte do Comitê de Mediação de Conflitos Agrários.

Por fim, cabe destacar a posição das lideranças no que diz respeito à postura da Polícia Militar nas últimas manifestações. Registraram a atuação cordial com os militantes, principalmente por parte do Grupo de Gerenciamento de Conflitos.


Agência Alagoas

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Redação

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