Modelo carioca: Santoro quer centralizar pagamentos na Sefaz

Modelo carioca: Santoro quer centralizar pagamentos na Sefaz

A operação Cartão de Visitas, disse aqui outro dia, é apenas o começo. O secretário George Santoro pretende deixar sua marca na Pasta promovendo muitas mudanças – nem que seja preciso, para isso, “reinventar” a roda.

Eis que me chega de boa fonte uma informação que pode, se confirmada, dar ao secretário da Fazenda mais poderes (como se ele já não tivesse o bastante): Santoro estaria determinado a centralizar na Secretaria da Fazenda todos os pagamentos do Estado.

Hoje a Sefaz libera a cota financeira para e os pagamentos são realizados nas Unidades Gestoras (UGs) de cada órgão. O modelo seria inspirado no sistema de pagamentos do Rio de Janeiro, me de diz um técnico da Sefaz que trabalha num dos andares mais altos da Secretaria.

E porque o Carioca Santoro teria esse “interesse”? Talvez porque não saiba que esse “modelo” já funcionou em Alagoas e não deixou boas recordações. Além da fila e humilhação dos fornecedores que iam a Secretaria em busca de seu pagamento, houve até prisão de servidores envolvidos na “troca de favores”.

Faca afiada

Dona do cofre, a Secretaria da Fazenda realiza operações diversas operações e planeja até a contratação de novos sistemas de gestão financeira, sem preocupação com aumento de gastos.

O mesmo tratamento, no entanto, não vem sendo dado às outras Pastas que tiveram de reduzir seu custeio em 30%.

Pior, me revela o técnico da Sefaz, não bastasse o drástico corte (que só deixou de fora a Segurança), a equipe de Santoro só liberou uma cota financeira para os meses de janeiro e fevereiro. Deu para entender? Se uma Secretaria recebia R$ 20 mil de custeio por mês, passa a receber R$ 14 mil a partir de março, mas em janeiro e fevereiro só recebeu R$ 7 mil ao mês.

O drama dos fornecedores

A maioria das empresas que presta serviços ao estado enfrenta dificuldades financeiras crescentes, porque não recebeu nenhum pagamento este. As demissões já começaram e atinge principalmente pessoal de serviços gerais  e vigilância.

“O Santoro não conhece Alagoas. Ele talvez não saiba que aqui o Estado faz rodar a economia. Se continuar segurando todos os pagamentos, ele vai travar a máquina”, alerta um líder do setor produtivo. EJ

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Redação

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