Na reta fina da safra de cana-de-açúcar 2014/2015 em Alagoas, a Cooperativa Regional dos Produtores de Açúcar e Álcool de Alagoas (CRPAAA) decidiu iniciar moagem na Usina Santa Maria, localizada em Porto Calvo.
Afetada pela crise do setor sucroenergético e pela discordância entre seus sócios, a Santa Maria não conseguiu, até agora, entrar em operação na safra 14/15, iniciada em agosto do ano passado. No setor, o fechamento da usina já era dado como certo. Era. Durante essa semana, situação se reverteu.
A decisão foi anunciada, em primeira mão, em reportagem do Gazeta Rural, suplemento do jornal Gazeta de Alagoas, que circulou na edição desta sexta-feira, 30.
A solução na Santa Maria veio com um novo acordo societário, confirma Maurício Toledo, ex-secretário da Fazenda de Alagoas e que é sócio e conselheiro da Cooperativa: “A CRPAAA assumiu a parte societária que pertencia a São Gonçalo, ficando com 50% da unidade e os outros 50% com o grupo Oiticica”, afirma.
Maurício Toledo é quem vai representar a CRPAA no esforço para retomar a operação na Santa Maria e avisa que o objetivo é colocar a usina para moer o quanto antes, a ponto de esmagar cana ainda nesta safra: “existe uma grade dificuldade para escoar a cana na região. Já começamos os preparativos e esperamos colocar a usina para moer nas primeiras semanas fevereiro”, adianta.
Volta da moagem na usina pode empregar mil trabalhadores do campo
Com a expectativa de que a Usina Santa Maria, localizada no município de Porto Calvo, volte a moer, milhares de trabalhadores da região esperam ansiosos para voltar ao trabalho. A usina, que iria iniciar a safra 14/15 em setembro do ano passado, deixou mais 1,5 mil trabalhadores do campo e da indústria sem empregos.
De acordo com a Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Estado de Alagoas (Fetag-AL), a unidade industrial já chegou a empregar dois mil pessoas no campo. “Nossa expectativa é que a usina Santa Maria comece a moer no próximo mês e consiga empregar uma faixa de mil trabalhadores do campo, fora os trabalhadores da indústria. Acreditamos que, no início, a unidade não irá conseguir empregar todos os trabalhadores, mas com o tempo ela vai conseguir”, afirma o secretário de Assalariados da Fetag-AL, Cícero Domingos.
Cícero atenta que a Federação ainda não se reuniu com os novos donos. Mas, de acordo ele, já está sendo feito o levantamento de pendências na usina para que ela comece a moer ainda na safra 14/15.
Alívio
Os fornecedores de cana-de-açúcar de Porto Calvo e municípios mais próximos, a exemplo de Japaratinga e Maragogi, estão tendo de transportar a cana por mais de 30 km para não perder a safra. A volta da usina é comemorada pela Associação dos Plantadores de Cana: “será um alívio para produtores de todo o estado, em especial da região norte”, avalia Lourenço Lopes, presidente da Asplana. EJ
Author Description
