Uma importante parceria foi concretizada durante reunião ocorrida no Campus Delza Gitaí, em Rio Largo, onde funciona o Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). No encontro, proposto pelo secretário de Estado da Agricultura, Álvaro Vasconcelos, governo do Estado e Ufal deram as mãos no sentido de incrementar a produção de alimentos em Alagoas por meio de pesquisas agropecuárias e melhoramentos genéticos.
Acompanhados de integrantes do corpo técnico da Secretaria de Estado da Agricultura, Pesca e Aquicultura (Seapa), professores e pesquisadores, Álvaro Vasconcelos e o reitor da Ufal, Eurico Lôbo, percorreram as instalações do Ceca e ouviram explanações do diretor do departamento, professor Gaus Silvestre, e dos professores Paulo Vanderlei Ferreira, Geraldo Veríssimo e Emerson Soares sobre os projetos de pesquisa desenvolvidos pela instituição. A visita ocorreu na sexta, 23.
Principais projetos
Os principais projetos são voltados ao aprimoramento de diversas variedades de cana-de-açúcar, às pesquisas de novas variedades de milho, melão e batata-doce, e à piscicultura, com a formação do primeiro pacote tecnológico da carapeba e estudos sobre a tilápia. Outros projetos são desenvolvidos nas áreas da apicultura, bovinocultura, ovinocultura e coturnicultura (criação de codornas). Os resultados impressionaram a equipe da Seapa, principalmente quanto ao aumento da produtividade da cana e do milho, dois segmentos fundamentais para a agricultura alagoana.
De acordo com o professor Paulo Vanderlei, em uma das pesquisas do Setor de Melhoramento Genético de Plantas do Ceca, uma variedade de milho desenvolvida pela instituição mostrou produtividade de mais de 16 toneladas por hectare plantado em regime de superadensamento, quando a média em Alagoas é de apenas 888 quilos por hectare, e a média nacional, 5,05 toneladas por hectare.
Com relação à cana-de-açúcar, segundo o professor Gaus Silvestre, 64% das plantações brasileiras utilizam hoje variedades desenvolvidas pelo Ceca, com produtividade e lucros acima da média. Voltado para essa atividade, existe no Ceca o laboratório do Programa de Melhoramento Genético da Cana-de-Açúcar (PMGCA).
Psicultura
Uma das metas dos pesquisadores da Ufal, amplamente apoiada pelo secretário, é a implementação do cultivo de milho e da piscicultura em assentamentos de trabalhadores rurais no Estado, assim como a aplicação dos conhecimentos obtidos pelos pesquisadores na agricultura familiar, com ênfase nas áreas beneficiadas pelo Canal do Sertão.
“O objetivo, nosso e da Ufal, é um só: o desenvolvimento da agricultura em Alagoas. Também já conversamos com os movimentos de trabalhadores rurais sobre a alternativa do eucalipto. Na pecuária, vamos duplicar a produção de leite com o melhoramento genético. Estamos à disposição da Ufal no que pudermos ajudar. Alagoas tem muito a ganhar com essa parceria”, disse Vasconcelos.
A iniciativa do secretário em acolher os trabalhadores assentados foi tema abordado pelo presidente do Instituto de Terras de Alagoas (Iteral), Jaime Silva, que também participou da reunião. “A primeira medida do secretário foi reunir os 11 movimentos instalados em Alagoas, o que teve uma recepção excelente. Eles estão felizes em saber que existe essa preocupação com eles por parte do governo, da secretaria e da universidade, em dar orientação e assistência para que a produção deles não nasça e morra no campo”, elogiou.
Para o reitor Eurico Lôbo, quem tem a ganhar com o incentivo aos projetos da universidade é a agricultura, o pequeno produtor rural e a sociedade alagoana de forma geral. “A academia tem a percepção de que precisa sair das salas e fortalecer essa relação com a sociedade. Vejo hoje, à frente da secretaria, pessoas com conhecimento profundo das relações do homem do campo, com visão estratégica. Por isso, é muito importante essa relação institucional, porque aqui na universidade existem pessoas que fazem a diferença, que podem dar uma contribuição significativa à agricultura de Alagoas”, lembrou o reitor.
O Ceca
O Centro de Ciências Agrárias da Ufal abriga os cursos de Zootecnica, Agronomia, Engenharia de Agrimensura, Engenharia Florestal, Agroecologia e Engenharia de Energias Renováveis, dois cursos de doutorado e quatro de mestrado. O Centro reúne 109 professores, 107 servidores técnico-administrativos e 1900 alunos.
Além da extensa área que ocupa em Rio Largo desde 1996, onde também estão à sede da Embrapa em Alagoas e uma base de piscicultura mantida pela Seapa, o Ceca possui unidades em Murici e Maceió. O Centro deverá ser promovido a Campus ainda em 2015.
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Ascom Seapa
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