Especialista estranha ‘exclusão’ da Polícia Civil na apuração de homicídios

Especialista estranha ‘exclusão’ da Polícia Civil na apuração de homicídios

Desde o dia 6 de janeiro passado, a apuração dos homicídios ocorridos em Maceió está sob responsabilidade exclusiva da Força Nacional. A informação foi confirmada pela Secretaria de Defesa Social.

A decisão foi tomada pelo governador Renan Filho e pelo secretário de Defesa Social, Alfredo Gaspar de Mendonça. O objetivo é dar mais fluidez aos inquéritos. Segundo a assessoria da Defesa Social, a medida “vai dar mais liberdade para a Polícia Civil concluir os inquéritos que estão pendentes”. Os homicídios anteriores a 06 de janeiro seguem sob responsabilidade da PC.

Apesar dos “prós”, a exclusão da Polícia Civil da apuração de homicídios tem gerado controvérsias. A tarefa é, agora, exclusiva dos agentes e delegados da Força Nacional. A decisão deixou a maioria dos policiais alagoanos decepcionados.

Enquanto a maioria “estranha”, alguns especialistas discordam. Em entrevista ao AL TV 1ª Edição, na última semana, Daniel Saraiva, especialista em Segurança Pública disse que a promessa de redução dos índices de homicídios feitos por integrantes da Força Nacional é animadora.

Mas em seguida, ele questiona a concentração da apuração dos homicídios na Força Nacional: “qual o legado que a FN vai deixar em Alagoas? Devemos lembrar que a FN é temporária e que a PC é permanente”, ponderou.

Até dezembro de 2014 a FN tinha pouco mais de 130 integrantes em Alagoas. O efetivo aumentou para 291 integrantes a partir da últimas semana. O maior reforço foi dado com policiais civis de outros estados: são 4 delegados, 13 escrivães e 81 agentes.

A PC de Alagoas tem efetivo dez vezes maior e vai se dedicar a apurar, apenas, cerca de dois mil crimes cometidos no ano passado. O que pesou para a decisão foi o baixo nível de conclusão de inquéritos, estimado em 5%.

Unir é o melhor caminho

Um policial civil com larga experiência na área recomenda: “o reforço da FN é importante e necessário, mas o caminho seria a união de forças. A exclusão da PC pode ser um tiro no pé. Não custa lembrar que os policiais civis de Alagoas conhecem a capital e o estado e o pessoal que chegou agora, de foram, ainda vai começar a saber quem é quem”.

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Edivaldo Junior

Edivaldo Junior

Edivaldo Junior é jornalista, colunista da Gazeta de Alagoas e editor do caderno Gazeta Rural

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