Fim de uma era: segurança de poderes será feita ‘apenas’ por 20 PMs

Fim de uma era: segurança de poderes será feita ‘apenas’ por 20 PMs

Teotonio Vilela Filho até que tentou, na base do “apelo” reduzir o efetivo de policiais militares à disposição da Assembleia Legislativa, Tribunal de Justiça, Tribunal de Contas, MPE, PGE e até da prefeitura de Maceió.

Sem sucesso, o máximo que o ex-governador conseguiu foi reduzir o número de policiais à sua própria disposição e do Palácio do Governo. Enquanto a população reclamava por mais segurança nas ruas o Gabinete Militar do Estado tinha uma lotação de 204 PMs.

Em julho de 2012, Téo Vilela reduziu o efetivo para 160 policiais e um ano, em junho de 2013, para 92 PMs. O objetivo era tirar os policiais de funções burocráticas ou de serviços que podem ser feitos por empresas privadas, como a vigilância patrimonial, e colocá-los de volta nas ruas.

Apesar do esforço do governo, centenas de PMs ainda continua servindo na guarda pessoal de chefes de poderes em Alagoas. Ou continuavam.

Por decreto o governador Renan Filho determinou o retorno de todos os PMs para a Corporação e determinou que a segurança dos chefes dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, MPE e TC será feita por um efetivo de no  máximo 20 policiais militares.

O decreto 37.611, publicado no Diário Oficial do último dia 2, deve possibilitar, de imediato, o reforço de pelo menos 300 policiais nas atividades fins de segurança pública.

Com a decisão, Renan Filho tenta por fim numa era. Durante décadas alguns PMs conseguiram ficar fora do trabalho nas ruas. Lotados em gabinetes militares alguns policiais chegavam a ganhar gratificações que dobravam seus salários e tinham escala reduzidas, além de outros benefícios.

Peneira do poder

A pressão será grande. Muitos dos solados e oficiais que servem nos gabinetes são amigos de desembargadores e deputados, entre outros pistolões.

Considerando que (de acordo com o decreto) apenas 100 policiais ficarão à disposição das autoridades, nos próximos três dias (prazo em que eles serão designados para a função) os pedidos serão intensos. Afinal, quem vai querer perder a “boquinha”?

O problema é que de cada quatro PMs que hoje estão na segurança dos chefes  dos poderes apenas um vai ficar na função. Os outros três não passarão na peneira.

Veja trechos do decreto:

Art. 1º: O Policial Militar que se encontrar exercendo suas funções no Gabinete do Vice-Governador, bem como nas Assessorias Militares da Assembleia Legislativa de Alagoas, do Tribunal de Justiça de Alagoas, do Tribunal de Contas de Alagoas, da Procuradoria-Geral de Justiça, da Procuradoria-Geral do Estado e da Prefeitura Municipal de Maceió, deverá regressar imediatamente à Corporação da Polícia Militar, tendo em vista suas atividades finalísticas de segurança pública.

Art. 2º A segurança das autoridades representativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, do Ministério Público e do Tribunal de Contas do Estado de Alagoas será exercida por efetivo não superior a 20 (vinte) policiais militares.

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Redação

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