O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-Alagoas) emitiu nota, nesta terça-feira,11, sobre reportagem do Estado de São Paulo, que revelou que um grupo empresarial acusado pelo Ministério Público Federal de fraudar uma licitação da Transpetro ajudou a financiar o diretório do PMDB de Alagoas.As doações teriam ajudado, em 2010, na campanha em que Renan Calheiros concorreu ao Senado.
Na nota, o presidente do Senado divulga o teor de carta enviada ao Jornal O Estado de São Paulo. Veja a carta íntegra:
“Prezado Editor
Lendo a matéria intitulada “Empresa suspeita doou para PMDB de Renan” na edição deste 11 de novembro de 2014, forço-me a algumas considerações óbvias:
A mencionada empresa venceu um processo licitatório pelo menor preço. É a lei;
O contrato foi auditado pelo Tribunal de Contas da União e nenhuma irregularidade foi apontada. Novamente é a Lei;
A referida empresa fez múltiplas doações eleitorais e elas estão declaradas. Mais uma vez, como manda a Lei.
Diante da clareza das informações, veiculadas para reacender suspeição, estamos diante de uma denúncia da legalidade. Não é cabível outra interpretação. Tudo como manda a Lei.
Senador Renan Calheiros”.
Entenda o caso
Em reportagem de capa na edição desta terça-feira, 11, o jornal Estado de São Paulo, revelou que “um grupo empresarial do Pará acusado pelo Ministério Público Federal de fraudar uma licitação da Transpetro, subsidiária de logística da Petrobrás, ajudou a financiar o diretório do PMDB de Alagoas, que por sua vez foi o principal repassador de verbas para a campanha de 2010 do atual presidente do Senado, Renan Calheiros. As empresas do grupo deram R$ 400 mil ao diretório peemedebista”.
As doações, segundo a reportagem, foram feitas legalmente ao PMDB de Alagoas em nome de SS Administração e Serviços e Rio Maguari Serviços e Transportes Rodoviários.
Nas eleições de 2014, as empresas não contribuíram nas campanhas de Alagoas, segundo dados ainda não consolidados do TSE. No Pará, três candidatos a cargos legislativos do PT e do PSB receberam, ao todo, R$ 50 mil do Rio Maguari. O grupo empresarial nega qualquer relação entre a doação eleitoral e o contrato obtido na subsidiária da Petrobrás. A Transpetro, por sua vez, defende a legalidade da licitação.