Órgãos de defesa combatem avanço de lagarta em Alagoas

Órgãos de defesa combatem avanço de lagarta em Alagoas

Conhecida como a praga “come tudo”, a lagarta helicoverpa armígera é responsável pela destruição de vários tipos de lavouras, a exemplo de feijão, milho, tomate e citros, entre outras. Segundo dados dos órgãos de defesa de Alagoas, mais de 200 lavouras são atacadas, atualmente, pela praga.

Em dezembro do ano passado, focos da praga foram confirmados nos municípios de Arapiraca e Limoeiro de Anadia, no Agreste de Alagoas, em culturas de feijão, amendoim, coentro e pimentão. Dois meses depois, a praga também foi identificada no município de Coruripe, no Litoral Sul do estado.

A helicoverpa é uma praga exótica que chegou ao Brasil recentemente. Os primeiros registros nas lavouras brasileiras foram nos meses de janeiro e fevereiro de 2013, em Goiás, na cultura da soja; na Bahia, em restolho de soja; e no Mato Grosso, na cultura do algodoeiro. A praga já causou mais de R$ 10 bilhões de prejuízos ao setor agropecuário brasileiro.

Combate

Para combater a praga, representantes do setor agropecuário alagoano se uniram e traçaram o plano de ação de controle da helicoverpa em Alagoas. O plano tem objetivo de minimizar os riscos de uma infestação da praga nas principais culturas da região.

Estão sendo instaladas 274 armadilhas em 63 municípios do estado para captura da helicoverpa, visando detectar a presença da praga e orientar o produtor “in loco”. O plano de supressão da helicoverpa também prevê, entre outras ações, o mapeamento da praga em Alagoas através de levantamento fitossanitário, o monitoramento e o trabalho de educação fitossanitária, além da publicação de portaria estadual com relação ao calendário de plantio, ao vazio sanitário e à destruição de restos das culturas afetadas.

Cerca de 60 técnicos da Emater (Instituto de Inovação para o Desenvolvimento Rural Sustentável de Alagoas) foram capacitados para identificar os focos da praga nas regiões do Litoral Norte, Zumbi dos Palmares, Alto e Médio Sertão, Agreste, Bacia Leiteira e Baixo São Francisco. Os profissionais atuam na Assistência Técnica e Extensão Rural em quase 50 municípios mapeados.

O grupo técnico responsável pelo plano de supressão da praga é formado pela Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri); Adeal (Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas); Emater; Superintendência Federal da Agricultura em Alagoas (SFA/AL); Embrapa; Universidade Federal de Alagoas (Ufal); Federação da Agricultura de Alagoas e Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado de Alagoas (Fetag-AL).

O combate à helicoverpa também vem sendo trabalhado pela Caravana Embrapa denominada de “Alerta às Ameaças Fitossanitárias”. O grupo técnico esteve em Alagoas em março passado e mais de 40 técnicos da Adeal participaram da capacitação promovida pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) em Arapiraca. Com o treinamento, o grupo atuará como multiplicador junto aos produtores rurais alagoanos no combate à praga.

Emergência

Por conta do risco de surto da helicoverpa no estado, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) decretou estado de emergência fitossanitária em Alagoas.

A Portaria Ministerial 274 foi publicada no dia 27 de maio, no Diário Oficial da União, assinada pelo ministro Néri Geller. Além de Alagoas, os estados que já tiveram emergência fitossanitária confirmada são Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Piauí.

O decreto fitossanitário, que tem duração de um ano, atende a uma solicitação do Estado de Alagoas encaminhada pela Adeal. A medida foi motivada pelo iminente risco de alastramento da praga, causando prejuízos irreparáveis à agricultura alagoana, principalmente aos pequenos agricultores.

O estado de emergência possibilitará aos produtores importar e usar defensivos agrícolas à base do princípio ativo benzoato de emamectina, ainda não registrados no Brasil, desde que sigam regras determinadas pelo governo, conforme portaria do dia 15 de janeiro deste ano. Eles devem adotar medidas para o manejo integrado da lagarta, como vazio sanitário, áreas de refúgio e destruição de restos das lavouras.


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