Grupo JL: Guaxuma e Laginha serão vendidos para pagar credores

Grupo JL: Guaxuma e Laginha serão vendidos para pagar credores

A assembleia de credores da massa falida da Laginha Agroindustrial S/A, retomada nesta quinta-feira pela manhã, 17, no Clube do Povo, em Coruripe, tomou decisões importantes para a manutenção das atividades do Grupo João Lyra e, principalmente, para o pagamento de credores. A prioridade é a liquidação das dívidas trabalhistas, avaliadas em mais de R$ 200 milhões.

Os administradores judiciais apresentaram um plano de recuperação e de pagamento que foi aprovado pela a Assembleia. Os credores também decidiram manter o administrador judicial, Carlos Benedito de Lima Franco e o gestor das atividades provisórias, Felipe Olegário de Souza, em seus cargos.

Outra decisão tomada foi a contratação de uma especializada em administração de massa falida. O valor, embora considerado alto (R$ 150 mil por mês mais 3% de taxa de sucesso) foi aceito porque a empresa tem larga experiência em processo semelhantes e deve apresentar um plano para a retomada das atividades do grupo.

Na Assembleia, os administradores judiciais apresentam a avaliação de três ativos que devem ir a leilão nos próximos meses: o escritório central, na praia de Jacarecica em Maceió, avaliado em R$ 15 milhões; a usina Laginha, de União dos Palmares, avaliada em R$ 317 milhões e a usina Guaxuma, de Coruripe, avaliada em mais de R$ 900 milhões.

Todas essas decisões ainda precisam ser homoladas pelo juiz da Comarca de Coruripe, explica o advogado Everaldo patriota, que representa um grupo de pequenos credores. O advogado acredita que o plano apresentado é o melhor para o grupo: “vai se vender parte dos ativos e e manter as empresas funcionando. A prioridade é recuperar os canaviais que estão abandonados”, aponta.

O diretor da Fetag-AL, Cícero Domingos, que também participou da assembleia acredita que a recuperação do campo será mais complexa do que as indústrias: “algumas fábricas, como a Uruba, podem ser recuperadas com pequenos investimentos, mas no caso dos canaviais será preciso parti do zero. Na minha região, de Atalaia, as terras do grupo não tem mais nada”, avalia.

Em Alagoas a massa falida do grupo tem cerca de 46 mil hectares de terras e três unidades industriais. O plano seria vender Laginha e Guaxuma, mantendo no grupo a Uruba.

Se o grupo não conseguir recursos para recuperar o campo, a alternativa já aprovada na reunião, segundo explica Everaldo Patriota, será arrendar as terras: “além de evitar a desapropriação ou invasão, o arrendamento também vai evitar a desvalorização das terras”, pondera.

Todas essas decisões, no entanto, lembra Patriota, só serão efetivadas após despacho do juiz Mauro Baldini, de Coruripe, o que deve ocorrer nos próximos dias.

Author Description

Redação

Sem Comentários ainda.

Participe do debate